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Último radar da série TRS2230 é desligado e CISCEA dá início à substituição pelo moderno LP23SST-NG

A ação faz parte de um planejamento estratégico iniciado em 2011 pelo DECEA


publicado: 27/07/2020 17:57

 




Em continuidade ao processo de modernização da rede de radares de vigilância de rota do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), o último radar da série TRS2230, que estava em operação em Jaraguari (MS), foi desligado no dia 10 de julho, dando início às atividades de substituição pelo moderno radar LP23SSTNG conduzidas pela Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA).

O radar LP23SSTNG vem como uma solução tecnológica importante na substituição dos radares tridimensionais TRS2230, que operaram desde a década de 1980, em diversas localidades.

O chefe do Setor de Radiodeterminação da CISCEA, Major Engenheiro R1 Manoel Luiz Ribeiro, participou da implantação de alguns desses radares TRS2230 na década de 80. “É um radar histórico. Eu assumi o comando do Destacamento de Canguçú (RS) em 1985 e de Jaraguari (MS) em 1988. Estive nos dois destacamentos, do início da implantação até o término dos testes de aceitação, iniciando, logo depois dos testes, a operação assistida, na época denominado apoio técnico. Foram sete longos meses esmiuçando o equipamento, explorando todas as suas funções. Com isso o SISCEAB montou uma sólida equipe de manutenção, que garantiram o bom funcionamento dos equipamentos, por vários anos. Agora, 32 anos depois, acompanho a substituição desses radares pelos modernos LP23SST-NG, fornecidos pela empresa OMNISYS”.

Os 13 radares TRS2230 têm uma história muito interessante no cenário do controle do espaço aéreo no Brasil. “Foram possantes radares para a tecnologia da época de 1980, eu diria até que eles eram melhores que alguns outros similares que vieram depois.  Tinha um jeito de fazer radar antes e um jeito de fazer radar hoje, é muito bom poder acompanhar essa evolução”, declarou Ribeiro.

O radar primário LP23SST-NG, associado a um radar secundário RSM970S, permite a detecção e alvos não colaborativos e colaborativos. Além disso, o radar LP23SST-NG produz informações de distância, azimute e de altitude dos alvos aéreos, trazendo benefícios operacionais tanto para o controle civil das aeronaves, quanto para a defesa aérea e, consequentemente, contribuindo para segurança pública na detecção de aeronaves não autorizadas, aumentando a capacidade de vigilância do espaço aéreo no território nacional e permitindo a constante garantia da segurança em voo.

A mais, como capacidades militares, o radar LP23SST-NG pode emitir sinais em múltiplas frequências, monitora interferências, criando os chamados "strobes", além de disponibilizar um extenso mapa com as frequências interferidas. O radar ainda detecta alvos rápidos e alvos lentos, no caso, também em baixa altitude, inclusive pairado.

“Trata-se de um novo modelo operacional de emprego para os sistemas de radares de vigilância de rota, com o incremento de capacidades militares e de altimetria em radares de vigilância bidimensionais. Além disso, os radares LP23SST NG serão fabricados no Brasil, o que permite acesso rápido e fácil a toda a sua cadeia produtiva e agiliza os procedimentos de assistência técnica por parte do fabricante, minimizando os custos de logística e mantendo um alto nível de disponibilidade dos equipamentos”, explicou o chefe da Divisão Técnica da CISCEA, Tenente-Coronel Engenheiro Marcos Aurélio Valença Belchior.

A substituição dos radares faz parte de um planejamento estratégico do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), iniciado em 2011, pela necessidade de atualização da rede de infraestrutura e em consonância com a manutenção do padrão de qualidade alcançado no provimento seus serviços, visando à segurança e fluidez dos voos no espaço aéreo brasileiro e defesa aérea do País.

“A CISCEA possui a atribuição de implantar, modernizar e substituir os equipamentos do SISCEAB. Os radares TRS2230 foram adquiridos na década de 1980 e foram um dos radares fixos mais versáteis até hoje empregados no SISCEAB. Sua substituição, em seu fim de ciclo de vida, pelos modernos radares LP23SSTNG, propiciará um ganho importante na cobertura em zonas de segurança nacional por meio da sua grande capacidade de detecção de movimentos aéreos não cooperativos”, explicou o presidente da CISCEA, Brigadeiro do Ar Sérgio Rodrigues Pereira Bastos Junior.

Clique aqui para saber mais sobre o radar LP23SST-NG, em artigo publicado na revista CISCEA News de 2017, na página 40.

 

Fonte e fotos: Divisão Técnica da CISCEA

Texto: 1º Tenente Relações Públicas Camille Barroso

Editado por Daisy Meireles