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Novo modelo de manutenção é testado em Prova de Conceito aplicada no CINDACTA IV


publicado: 17/02/2020 13:54

 




O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) vem sendo desafiado a evoluir do antigo modelo de manutenção predominantemente presencial. Para fazer face às exigências, às demandas e à qualidade de serviço, exigidas pela área operacional, grande parte dos equipamentos e sistemas técnicos foram atualizados ou substituídos nos últimos 15 anos. Em julho de 2017, a Diretriz do Comando da Aeronáutica - DCA 66-3 - Governança para Manutenção do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro trouxe um novo conceito de manutenção remota e assistida, eliminado a necessidade de deslocamento até o equipamento, além é claro, da presencial, que já está consolidada no SISCEAB.

Seguindo a trilha, em 2009, o DECEA aprovou a implantação do Centro de Gerenciamento Técnico do SISCEAB (CGTEC), Unidade com ferramentas que viabilizam a aplicação do modelo de manutenção preditiva, capaz de melhorar o acompanhamento, a monitoração, a medição de parâmetros e as inspeções dos equipamentos e sistemas.

Esses novos conceitos de manutenção e a criação do CGTEC vêm ao encontro da maior dificuldade encontrada pela Divisão Técnica do Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV), uma vez que a restrição de modais para acesso e as grandes distâncias de vários Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEAs) e Estações de Apoio de Controle do Espaço Aéreo (EACEAs) sob sua responsabilidade trazem desafios logísticos específicos para a Amazônia.

Diante das mudanças estruturais exigidas na DCA 66-3 e a inovação tecnológica, fez-se necessário a aplicação da Prova de Conceito (PoC) do modelo que baliza a nova concepção para a manutenção dos equipamentos e sistemas no SISCEAB.

A PoC está sendo conduzida para estabelecer a infraestrutura técnica necessária a cada localidade, em função da missão de cada uma. Para tanto, foram estabelecidos cinco tipos diferente de organizações em função da estrutura técnica instalada, esses tipos foram estabelecidos da seguinte forma: um CINDACTA; um DTCEA com órgão operacional; um DTCEA sem órgão operacional, mas com efetivo técnico; dois DTCEAs sem efetivo técnico; duas EACEAs.

O CINDACTA IV foi escolhido por ser o único Regional que possui todos esses tipos de localidades, sendo selecionados sítios específicos para teste da nova infraestrutura.

As atividades da PoC estão em curso desde da aprovação da PCA 66-1, a qual regulamenta os requisitos a serem testados e as metas a serem atingidas para que os testes sejam considerados satisfatórios.

Para montagem do cenário que hoje suporta essa Prova de Conceito, houve a necessidade da criação de um grupo de trabalho formado por profissionais do CINDACTA IV, do Subdepartamento Técnico do DECEA e do Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ).

A equipe técnica do CINDACTA IV ficou encarregada de desenvolver a plataforma que permite a concentração dos supervisórios dos sistemas, bem como todas as interfaces dos sistemas participantes da PoC. A responsabilidade PAME-RJ é a confecção dos protocolos que guiam as ações dos técnicos da sala técnica do CINDACTA IV; bem como a aquisição de todos os itens técnicos e adequação do layout da sala técnica. Na coordenação das ações do GT e a alocação de recursos necessários está o SDTE.

A Prova de Conceito está sendo aplicada no CINDACTA IV desde o dia 21 de janeiro deste ano e deve se estender por três meses e está idealizada apenas para aos DTCEAs de Boa Vista (RR), Manaus (AM), Manicoré (AM), Eirunepé (AM) e as EACEAs de Jundiá (RR) e Aripuanã (MT) - trazendo economia de meios e abreviando o tempo de reação a qualquer indisponibilidade dos recursos técnicos nessas localidades.

Durante a aplicação da PoC, muitas soluções terão que ser trabalhadas. No final, será elaborado um relatório apontando as dificuldades enfrentadas, os benefícios gerados, os aspectos negativos e positivos, as lições aprendidas e as formas de superar os problemas encontrados.

"A nova concepção de manutenção virá acompanhada de uma análise muito mais criteriosa, detalhada e, principalmente, reduzirá a possibilidade de equívocos, uma vez que não necessitará da intervenção humana, pois será colhida diretamente de cada equipamento", avaliou o Brigadeiro do Ar Maurício Ferreira Hupalo, chefe do Subdepartamento Técnico do DECEA (SDTE).

O Tenente-Coronel Aviador Victor Santos da Silva, da Divisão de Coordenação e Delineamento Técnicos, está acompanhando e coordenando a aplicação da PoC no CINDACTA IV. "Por meio da verificação constante dos parâmetros nominais de cada sistema, será capaz de predizer problemas, resultando no aumento significativo de suas disponibilidades e confiabilidades, maximizando a segurança em voar na Amazônia em todo o País" - ponderou o Tenente-Coronel Victor.

 

Seção de Engenharia de Manutenção

Para atender à DCA, foi necessária a readequação da sala técnica do CINDACTA IV e esse foi o primeiro passo para um futuro próximo que só trará benefícios à Força Aérea Brasileira. Inaugurado no dia 31 de janeiro de 2020, o novo espaço técnico foi nominado Seção de Engenharia de Manutenção (SEM) e está baseada no Projeto de Telemetria e Gerenciamento Remoto dos Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEAs).

A implantação da SEM proporcionará benefícios diretos à confiabilidade do SISCEAB e, além de contribuir com a redução de custos de manutenção, fornecerá mais segurança e subsídios à coleta de dados para projeções futuras.

No evento de inauguração, destacou-se a transição para um modelo mais tecnológico, ratificando a visão de futuro da FAB.

Após a avaliação da PoC testada no CINDACTA IV, as ações para aplicação do novo modelo de manutenção serão desenvolvidas em todo o SISCEAB, atendendo às orientações da DCA 66-3.

A PoC está sendo aplicada no CINDACTA IV, de acordo com o PCA 66-1, que determinou o modelo de operação da Seção de Engenharia de Manutenção (SEM), para avaliação inicial da nova concepção de manutenção e possíveis correções no rumo do projeto.

De acordo com informações do SDTE, para dar início à Prova de Conceito, todos os Regionais do DECEA cederam técnicos de diferentes especialidades para a composição das Subseções de Monitoração e de Análise, ambas pertencentes à SEM.

A Subseção de Monitoração, operando em regime de escala, fica responsável pela coleta de dados 24/7, provendo as informações necessárias para a realização das análises de performance dos equipamentos e sistemas selecionados para a PoC. A Subseção de Análise, por sua vez, se vale de toda e qualquer informação extraída dos dados coletados pelos técnicos da Seção de Monitoração, do Sistema Integrado de Logística de Material e Serviços (SILOMS) e do Sistema de Gerenciamento Técnico do SISCEAB (SISGTEC), buscando identificar tendências de variação de comportamento nos diversos parâmetros, de forma a antever possíveis panes nos ativos, ocasionadas por falhas nos itens monitorados.

 

Benefícios

Apesar da PoC ter iniciado recentemente, as ações desenvolvidas durante seu planejamento já trouxeram grandes benefícios. A partir de uma análise mais aprofundada dos supervisórios dos equipamentos, foram criados os Boletins Técnicos (BT) remotos para os equipamentos constantes da PoC, que trarão uma economia de aproximadamente 85% nos custos de manutenção e 55% de homem hora utilizados nas manutenções preventivas.

Espera-se que, ao término da Prova de Conceito, sejam levantadas as informações que possibilitarão orientar com maior precisão a implantação da nova concepção de manutenção, melhorando sobremaneira a gerência sobre o ciclo de vida de todos os ativos do SISCEAB.

 

 

Assessoria de Comunicação Social do DECEA

Reportagem: Daisy Meireles (RJ 21523 JP) / Tenente-Coronel Aviador Victor Santos da Silva (DCDT)

Fotos: Seção de Comunicação Social do CINDACTA IV


Assunto(s): CINDACTA IV PAME-RJ PoC