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Missão de Assistência Integrada Itinerante chega ao DTCEA - Fernando de Noronha

publicado: 17/04/2019 13:08

 




A ajuda vem dos céus. E, mais do que bem-vinda, é imprescindível. De abril a julho de 2019, profissionais de saúde da Força Aérea Brasileira decolarão rumo ao interior do Nordeste e Norte do País para prestar atendimentos ao efetivo e dependentes de treze Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) do DECEA.

É o terceiro ano da Missão de Assistência Integrada Itinerante que busca reproduzir, nestes meses, os resultados positivos alcançados nas edições de 2017 e 2018.

Idealizada, coordenada e gerenciada pelo Subdepartamento de Administração (SDAD) do DECEA, o projeto tem por objetivo atender às demandas sociais, psicológicas e de saúde destas unidades. Nesta fase, serão atendidos seis destacamentos do Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III) - Bom Jesus da Lapa, Fernando de Noronha, Porto Seguro, Petrolina, Maceió e Aracajú – e sete do Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV) – Macapá, Santarém, Imperatriz, Vilhena, Tefé, Rio Branco e Cruzeiro do Sul.

Por força das necessidades operacionais do DECEA, inúmeros equipamentos e infraestruturas de auxílio à navegação aérea - como torres de telecomunicação VHF/UHF e radares, por exemplo – estão alocados em diversas regiões do território brasileiro, de modo a prover a cobertura adequada ao espaço aéreo nacional. Não à toa, o DECEA possui 79 destacamentos em todos os estados do País, criados para prestar manutenção e operar estes equipamentos. Alguns destes Destacamentos estão em regiões mais desabitadas, de difícil acesso ou, simplesmente, carentes de recursos de saúde.

É o caso do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Fernando de Noronha (DTCEA-FN). Longe da imagem de paraíso tropical insular, a população da ilha pernambucana carece de profissionais e infraestrutura de saúde. O que impacta diretamente no efetivo do DTCEA-FN e dependentes.

Um simples exame de vista, por exemplo, já é motivo para pegar um avião rumo ao continente. Em toda ilha não há um só oftalmologista. Em outras especialidades, como ginecologia e cardiologia, só há infraestrutura para exames simples. Tudo no único hospital da ilha, restrito aos atendimentos básicos, em muitos casos, de clínica geral. Em Noronha, há carência de pediatras, dentistas, ortopedistas, sem falar da ausência de clínicas para exames laboratoriais mais complexos.

A vinda de 14 profissionais de saúde da FAB à Noronha, de 2 a 5 de abril, foi naturalmente festejada pelo efetivo. O agendamento dos interessados foi realizado com semanas de antecedência, dado o interesse dos militares.

Do Hospital de Aeronáutica do Recife (HARF) vieram pediatra, oftalmologista, cardiologista, cirurgião, ginecologista e clínico médico. Da Odontoclínica de Aeronáutica de Recife (OARF), quatro dentistas e um auxiliar odontológico. A comitiva ainda dispôs de uma Psicóloga e uma Assistente Social, ambas do DECEA.

Ao ver-se como a única oftalmologista da ilha, de uma hora para outra, a Major Médica Luciana Nunes teve trabalho redobrado. Em um só dia, foram 31 atendimentos.  “É trabalhoso, mas recompensador. O efetivo daqui termina indo a Recife para realizar procedimentos básicos que poderiam ser realizados em consultório. Nossa vinda aqui é muito importante”.

É o que também pensa Suellen da Costa Santos. Ela veio para Noronha há cinco anos com o marido, hoje Suboficial da Reserva. Desde então, a rotina dos exames de vista ganhou um ‘grau’ a mais de complexidade. “Realizei meu último exame na vinda dos médicos (da FAB), ano passado. Ocorre que tenho de trocar de óculos e precisava de um novo exame. Aguardava a oportunidade para, enfim, poder comprar novos óculos”, disse aliviada com a prescrição na mão.

Maryellen Portilho De Moraes Henrique, Tenente Psicóloga do DECEA, relatou a percepção, a partir dos atendimentos, de como as carências da ilha tem impactado no cotidiano do ilhéu. “As maiores demandas atendidas foram de dependentes do efetivo. Ao contrário da imagem que temos de Noronha, a ilha carrega consigo as dificuldades na aquisição de mantimentos e medicamentos, a baixa oferta de empregos e a carência nos atendimentos em saúde e educação. Estes são alguns dos fatores que têm contribuído para a sensação de isolamento e impotência por parte dos atendidos, o que, por sua vez, tem gerado transtornos de humor e ansiedade. A vinda da equipe reacendeu as esperanças por medidas que solucionem estas situações. “

A Tenente, que também proferiu uma palestra sobre motivação ao efetivo do DTCEA-FN, externou sua satisfação em participar do trabalho. “Participar de missões como estas é uma oportunidade de levar até os locais mais carentes os profissionais de saúde que eles necessitam. Isso gera maior motivação no efetivo, comprometimento com o trabalho, satisfação com a Força e sentimento de acolhida. Não tem preço que pague isso.”

Ao todo foram realizados 169 atendimentos de oito especialidades (vide quadro abaixo). Além da palestra sobre motivação, o grupo ainda ofereceu ao efetivo do Destacamento uma palestra especialmente dedicada aos Benefícios Sociais do Comando da Aeronáutica, ministrada pela Tenente Assistente Social Priscila Ferreira de Queiroz Albuquerque.

Chefiada pelo Coronel Franklin Santos Bandeira, a comitiva foi transportada pela tripulação do Segundo Esquadrão de Transporte Aéreo (2º ETA) – Esquadrão Pastor: Tenente Ricardo Gonçalves de Lima e Tenente Murilo Foscaches de Paula, pilotos; Sargento Hamilton Ferreira Sales Filho e Sargento José Nilson Bezerra Filho, mecânicos; Sargento Mário Teixeira Gomes e Taifeiro Mor Rafael Lima e Silva, comissários de bordo.

 

 

Assessoria de Comunicação Social do DECEA

✈️ Reportagem e fotos: Daniel Marinho