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Militares do DECEA participam do 59º Campeonato Mundial de Pentatlo Aeronáutico

No pódio, em terceiro lugar por equipes masculino e feminino, o Brasil consolidou-se entre as grandes potências da modalidade.


publicado: 30/12/2021 12:12

 




A 59ª Edição do Campeonato Mundial de Pentatlo Aeronáutico, que aconteceu de 12 a 18 de dezembro, em Las Palmas, na Espanha, contou com a participação de dez países, com um total de 63 militares, sendo o Brasil o único País fora do continente Europeu.

O evento do Conselho Internacional do Esporte Militar (CISM) marcou o retorno da competição, que não era realizada desde os Jogos Mundiais Militares, da China, em 2019.

A equipe brasileira de Pentatlo Aeronáutico, formada por sete militares (quatro homens e três mulheres) de carreira da FAB, foi chefiada pelo Major de Infantaria Marcus Vinícius Fontes, da Comissão de Desportos da Aeronáutica (CDA), que falou sobre a participação brasileira: “Foi desafiador, tendo em vista que a equipe retornou aos treinamentos após um ano e meio sem qualquer tipo de atividade física. Enfrentamos equipes muito fortes, como a Ucrânia, a Rússia e a própria anfitriã”, comemorou.

O Pentatlo Aeronáutico se constitui das seguintes provas: tiro com pistola de ar; destreza (basquete); natação 100m; esgrima; pista de obstáculos; corrida de orientação. E os atletas da FAB se superaram em diversos momentos da competição. No pódio, em terceiro lugar por equipes masculino e feminino, o Brasil consolidou-se entre as grandes potências da modalidade.

Representaram o Brasil os seguintes militares na equipe masculina: Major Aviador André Rossi Kuroswiski, do efetivo do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA); Major Aviador Joel Eloi Belo Júnior e Tenente Aviador Gabriel Tavares Todesco, do efetivo da Academia da Força Aérea (AFA); e o Tenente Aviador Ariel José Pimentel Kaczmark, do efetivo do Esquadrão Flecha (3º/3º GAv).

Já a equipe feminina foi composta pela Capitão Intendente Mayara Soares da Silva, do efetivo da Diretoria de Administração da Aeronáutica (DIRAD); Segundo Tenente Andressa Midori Nishigwa Silva Lopes, do efetivo do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II); e pela Terceiro Sargento Ellen Caroline de Souza, do efetivo do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Salvador (DTCEA-SV), subordinado ao CINDACTA III.

Os atletas treinaram as seis provas fora do horário do expediente da FAB. Alguns militares tiveram acesso a instalações esportivas e outros treinam as provas específicas na localidade em que reside. É o caso dos militares que servem na Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga -SP, onde treinam esgrima, tiro e orientação - provas específicas não encontradas em qualquer região do País.

Fora o treinamento diário, o chefe da equipe costuma reunir uma vez a cada dois meses, por dez dias, sendo dois finais de semana e cinco dias úteis, ou seja, o militar fica fora de sede por cinco dias a cada dois meses, e abre mão de dois finais de semana para poder ajustar o treinamento, nivelando a capacidade com os demais atletas.

Devido à pandemia da COVID-19, os treinamentos foram suspensos e a equipe só conseguiu se reunir em quatro oportunidades, a partir de junho de 2021. Participar dessa competição foi um desafio para a equipe brasileira, tendo em vista que os atletas ficaram um ano e meio sem qualquer tipo de atividade física. “Concentro a equipe, normalmente, em Pirassununga, já que nesta localidade eu consigo as instalações esportivas, técnicos e militares para apoiar o treinamento”, conta o Major Fontes.

O Major Fontes salientou que a Segundo Tenente Midori foi atleta de orientação como Cadete na AFA, portanto, precisou ser treinada nas demais provas para a competição. Durante a preparação, o corpo técnico observou que a atleta tinha muito potencial. “Uma atleta de Pentatlo Aeronáutico fica pronto em, pelo menos, cinco anos. Ela entrou para equipe em agosto de 2021, treinou por três oportunidades apenas. Ela é muito promissora, e julgamos que vai evoluir muito. Para a pouca experiência, ela desempenhou bem a função e teve melhor desempenho no campeonato do que nos treinamentos, atingindo a 21ª posição de 24 atletas no feminino” – elogiou o Major Fontes.

Segundo informações do Major Fontes, a Terceiro Sargento Ellen entrou para a equipe em 2017 e já era atleta de Pentatlo Militar na Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR). Apesar da modalidade ser bem diferente do Pentatlo Aeronáutico, a experiência como atleta polivalente ajudou a militar a desenvolver as habilidades físicas. A Sargento Ellen mora em Salvador, localidade que não favorece muito o treinamento, pois não há sala de esgrima, estande de tiro e, principalmente, não existem outros militares para treinarem com ela. Nesse aspecto, ela conseguiu se superar, recebendo os treinamentos remotamente pelos técnicos, tentando aperfeiçoar da melhor forma. O DTCEA-SV sempre apoiou a militar, liberando-a para os treinamentos em equipe, e isso foi muito importante, tendo em vista que nesses treinos, ela consegue nivelar suas habilidades. Outro ponto a considerar é que a Escola de Formação Complementar do Exército/Colégio Militar de Salvador cedeu as suas instalações esportivas para que a atleta conseguisse treinar em suas quadras esportivas. “A Sargento Ellen foi a melhor brasileira classificada, conquistando a 6ª posição de 24 atletas, ficando muito próximo das cinco acima. Acredito que para o próximo Mundial, caso consiga treinar corretamente até à competição, ela consiga chegar ao topo” – afirmou o Major Fontes.

Depoimento de 2T Midori

"Tenho 27 anos e sou natural de Campo Grande, MS. Estou há quase nove anos na FAB. Em 2013, ingressei na EEAR, onde me formei em Controle de Tráfego Aéreo e, após formada, servi por um ano como Terceiro Sargento no CINDACTA II. Em 2016, passei para o Curso de Intendência, na AFA. E, ao final da formação eu escolhi o CINDACTA II novamente para servir à FAB. Com o campeonato, eu tive a oportunidade única de conhecer militares de outros países e a troca de experiência foi muito gratificante. Não é fácil conciliar a rotina do trabalho com a de atleta. Treinava antes de ir para o expediente e após também, todos os dias. Trabalho na Subseção de Licitações e Contratos e sempre tive muito apoio da minha chefe, a Tenente-Coronel Intendente Mariana, e do CINDACTA II para treinar e também participar da seletiva para o campeonato. Minha maior conquista é sempre a superação pessoal em cada uma das modalidades. Pretendo melhorar cada dia mais para os futuros campeonatos. Destaco que meu apoio vem da família, dos amigos, da chefia e de toda a equipe do Pentatlo Aeronáutico Militar".

Depoimento da 3S Ellen

"Pra mim é um privilégio fazer parte dessa equipe e representar o Brasil e a FAB através do esporte. Trabalhar por escala me ajuda a realizar trocas, e isso me possibilita ter uma certa disponibilidade para treinar. Porém, tirar pernoite como meteorologista é um trabalho árduo, principalmente em dias que treino muitas modalidades. Conciliar a vida pessoal com o trabalho e o esporte, hoje, tem sido um desafio. Tem dias que penso em desistir, mas olho pra trás e vejo tudo que eu já vivi através do esporte: as conquistas, as amizades, a experiência de compartilhar culturas. Sempre acreditei que é possível ir um pouco mais além e me superar cada vez mais. Graças a Deus, consigo contar com o apoio da chefia e do comando, pois sem eles não conseguiria minha liberação para treinar com a equipe. Acredito que todo atleta treina e sonha em um dia conquistar o título de campeão mundial. Não posso negar que só em estar na equipe já é um sonho realizado. Minhas conquistas vão muito além das medalhas conquistadas durante a escola de formação, no atletismo e no Pentatlo Militar. Após formada, fui campeã individual geral e por equipe no Pentatlo Aeronáutico na Lituânia e na China, ficamos em segundo lugar por equipe. Meu maior incentivo vem da minha família, principalmente do meu esposo, meu maior incentivador, e que me dá suporte em casa, durante as viagens de treino com a equipe. Ressalto, também, o esforço do Major Fontes, que briga por cada atleta da equipe e sempre tem palavras motivacionais; e o cuidado do meu fisioterapeuta, Danilo Calmon, e toda sua equipe. Por fim, Deus é o meu sustento nos dias em que penso não suportar mais o cansaço, a rotina, as dificuldades. Ele é quem me faz continuar".

 

Assessoria de Comunicação Social do DECEA

Reportagem: Daisy Meireles

Fotos: CDA