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Meteorologia e Data Link são tema da Jornada de Comunicações

publicado: 17/03/2016 16:00

 




O segundo bloco de palestras da Jornada de Comunicações sobre Data Link começou com a apresentação “Meteorologia e o Data Link”, proferida pelo Major R1 Martim Roberto Matschinske, da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA).

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O Major Martim é Analista de Projetos em Meteorologia Aeronáutica e atua em projetos e sistemas como SIGMA, OPMET, D-ATIS, D-VOLMET, AMDAR, STSC, TENDMET, WEBMET e AUTO METAR.

Martim iniciou sua apresentação, que teve como objetivo apresentar as aplicações da comunicação por enlace de dados (Data Link) para as atividades relacionadas com a Meteorologia Aeronáutica, levantando a importância não só da informação meteorológica, como sua adequada acessibilidade.

“O sistema ainda faz pouco uso das informações meteorológicas, muito por conta do acesso às mesmas”, comenta.

Para Martim, o avanço das comunicações com transmissão de dados, como via celular, têm lugar de destaque neste debate.

Segundo a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), a oportunidade no acesso à informação no contexto aeronáutico deve ser “necessária no momento oportuno, atualizada (representativa), de interesse à respectiva fase da operação (seja decolagem, pouco ou rota), que seja relativa ao fenômeno meteorológico de interesse e que esteja em um formato de fácil e rápida interpretação”.

As informações MET e seu uso estão associadas com conhecimento do usuário na sua aplicação; necessidade e importância operacional dada pelo usuário; facilidade do acesso; e tecnologia disponível.

Dentre algumas considerações destacadas pelo Major Martim estão:

- as variações MET na escala de um aeródromo são maiores que na escala FIR;

- a informação MET relativa a um aeródromo exige consultas mais frequentes pela tripulação;

- produtos gráficos e mapas de tempo também devem ser disponibilizados à tripulação (o que configura um processo evolutivo).

No quesito Uplink MET, Martim levantou como vantagens do Data Link a redução da carga de trabalho do operador ATC/MET, bem como da carga de trabalho do piloto, a redução de erros de entendimento na comunicação e a redução do congestionamento de frequência. Por fim, ele citou, mais uma vez, a oportunidade no acesso à informação.

Após apresentar a diferença entre os serviços D-ATIS e D-VOLMET, o palestrante informou que todos os aeródromos e todas as FIR nacionais possuem D-VOLMET.

Para o Downlink MET, Martim ressaltou como dados de interesse em cada coleta a identificação da aeronave, a sua localização, o horário da coleta, a temperatura, direção e velocidade do vento em um dado momento, turbulência e umidade.

Dentre os pontos de importância dos dados meteorológicos derivados das aeronaves para a Meteorologia estão o aumento de dados na matriz espacial e temporal; diminuir as áreas sem dados meteorológicos; permissão de acesso aos dados próximo ao tempo real; e melhoria na qualidade das previsões.

Do ponto de vista das empresas aéreas, o Major julga como vantagens o planejamento dos voos com mais eficiência, a escolha da rota mais econômica e menos turbulenta, bem como a economia de combustível.

Por fim, em relação do Downlink MET, Martim considerou que atualmente existem mais de 500 aeronaves nacionais em condições de participar do programa e a inserção destas no sistema pode ser feita de maneira gradativa.

“Levando em conta a extensão territorial do Brasil, a América do Sul passará a dispor de uma base representativa de dados”, concluiu.

Texto: Telma Penteado
ASCOM DECEA