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1º GCC aprimora resolução de imagens do RPA - Hermes 450 na Rio 2016

publicado: 26/10/2016 17:01

 





A Força Aérea Brasileira efetuou missões de reconhecimento e vigilância, na cidade do Rio de Janeiro, em áreas de interesse do Exército Brasileiro em apoio à realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016, utilizando a Aeronave Remotamente Pilotada (RPA) RQ-450 - Hermes 450, do Primeiro Esquadrão do Décimo Segundo Grupo de Aviação (1º/12º GAv - Esquadrão Hórus).





 


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Esta RPA opera com um conjunto de câmeras de alta resolução que captam as imagens e permite a transmissão em tempo real, a partir de comunicação via satélite. As imagens transmitidas pela RPA foram visualizadas a partir de monitores instalados em uma GCS (Ground Control Station), instalada na pista do aeródromo da Base Aérea de Santa Cruz (BASC), que efetua, dentre outras tarefas, o controle remoto da RPA.





Imagem anterior


Imagem 1





Imagem pós intervenção do GCC


Imagem 1 - depois da intervenção do GCC




Para a Rio 2016, a Hermes 450 sobrevoou áreas estratégicas - alguns desses voos a cerca de três mil metros de altitude - monitorando e repassando as imagens em tempo real à célula de comando e controle instalada no Comando Militar do Leste: o CGDA – Coordenador-Geral de Defesa Aérea.




A capacidade de visualização das lentes embarcadas na RPA surpreende. É uma aeronave equipada com sensores de monitoramento, reconhecimento e vigilância aérea, provida de câmeras diurnas e de infravermelho, sistemas de comunicações aperfeiçoados e um radar de abertura sintética (SAR - Synthetic Aperture Radar), que permite fazer imagens até mesmo em territórios sob as nuvens. São câmeras de altíssima resolução que, ao processar o conjunto de imagens, viabiliza o monitoramento de diferentes enquadramentos dentro de uma mesma região simultaneamente.





Imagem gerada antes da conversão


Imagem 2





Imagem corrigida


Imagem 2 - corrigida




O Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC) entrou na missão para realizar o tratamento da imagem da RPA para posterior estabelecimento de uma canalização de dados, a fim de permitir o trâmite das imagens, em tempo real, ao Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA) e ao CGDA, com a melhor resolução possível.




A ideia era assessorar tanto o COMDABRA quanto o CGDA para tomadas de decisões com base na detecção e identificação de alvos em potencial.




A transmissão para o COMDABRA foi realizada a partir do equipamento de videoconferência. Para esta tarefa, foram utilizados dois CODECs - que são programas utilizados para codificar e decodificar arquivos de mídia. Ou seja, eles compactam o formato original, favorecendo o armazenamento, e descompactam na hora da reprodução, transformando novamente em imagem ou áudio. Cada CODEC é previamente configurado para seu respectivo enlace, ou seja, um estava dedicado ao tráfego pela ROD (como canal primário), enquanto o outro estava ajustado para o tráfego de dados pela Internet (canal secundário).




Foi utilizado um terminal satélite SISCOMIS (Sistema de Comunicações Militares por Satélite) para o tráfego de dados via ROD. Para o CGDA foi utilizado um rádio enlace do shelter do 1º GCC, localizado na pista, até o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Santa Cruz (DTCEA-SC), que possuía um switch com conversor de mídia instalado na sala técnica.




Os dados seguiram via fibra ótica até o Morro do Radar, onde acessavam outro conversor de mídia que estava conectado ao switch do Esquadrão Profeta (1º/1ºGCC). A partir de então, um cabo Ethernet transmitia os dados até o Firewall pertencente ao Exército Brasileiro, que possuía conexão com um rádio que transmitia as informações até o Palácio Duque de Caxias.




O sinal que transportava as informações de vídeo da RPA foi derivado da GCS ao shelter do 1º GCC a partir de um cabo coaxial com conector RCA.




Na configuração inicial, este conector era inserido ao conversor de padrão de cores CYP CDM-680. Este equipamento possui dois conectores de saída, um S-Video e outro RCA (Video Composto). Cada um deles foi conectado aos CODECs do equipamento de videoconferência. A saída S-Video foi conectada à entrada do CODEC dedicado à ROD (caso caísse a conexão via ROD, seria imediatamente chaveada para o CODEC configurado para Internet), enquanto a saída de RCA foi interligada à entrada do encoder de vídeo para transmissão da imagem da RPA, via protocolo IP, para o CGDA.




As imagens transmitidas pelo 1º GCC chegavam com forte degradação aos seus destinos. Sendo assim, durante o período em que a RPA permanecia em solo, foram realizados diversos estudos no sentido de melhorar as imagens transmitidas. Assim, foi constatado que o conversor de padrões estava inserindo perdas na qualidade da imagem.




Foi então que o 1º Tenente Adriano Vaz dos Santos, engenheiro eletrônico e chefe da Subseção de Guerra Eletrônica do 1º GCC, começou a testar uma nova configuração para o sistema. O oficial eliminou o conversor de cores e substituiu por um DVR, configurado com resolução de saída de vídeo em 1280 x 720, resolução de vídeo CIF (352 x 288) e taxa de quadro de 30 fps.




Só para entender, a partir dessa intervenção, a conexão com o encoder de vídeo dispensou a utilização do adaptador RCA/BNC, isso porque o DVR possuía conectores BNC, compatível com o encoder.





"Para ter uma ideia do que essa mudança significou, desde 2014 estudava-se uma forma de melhorar a qualidade destas imagens. Parece simples, mas não é, principalmente pelo resultado apresentado, pois a contramedida gerou uma grande melhoria na qualidade do serviço disponibilizado pelo 1º GCC" - relatou o Tenente Vaz.


Tenente Vaz




 




"Para ter uma ideia do que essa mudança significou, desde 2014 o 1º GCC estudava uma forma de melhorar a qualidade das imagens transmitidas a partir dos sinais disponibilizados pela GCS. O resultado obtido com a aplicação desta contramedida gerou um grande salto na qualidade do serviço disponibilizado pelo 1º GCC em apoio às missões com esta demanda de serviço" - relatou o Tenente Vaz.




A intervenção produziu, também, melhores informações, que contribuíram para a tomada de decisão em situações que envolveram questões de segurança e defesa, com base nas imagens captadas pela RPA.




Dessa forma, o 1º GCC colaborou com a soberania do espaço aéreo brasileiro e, consequentemente, com o cumprimento da missão atribuída às Forças Armadas em apoio à Rio 2016.




 




Reportagem: Daisy Meireles (RJ 21523 JP) - daisydsm@decea.gov.br

Fonte: Ten Vaz (1º GCC)

Fotos: Luiz Eduardo Perez



Assunto(s): 1º GCC