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Grupo Especial de Inspeção em Voo promove a navegação aérea sustentada

publicado: 08/05/2020 15:15

 




Na contramão da queda dos movimentos aéreos registrados no Brasil, principalmente em consequência das restrições impostas pelo covid-19, o Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), responsável pela aferição dos auxílios à navegação aérea em todo o Brasil, continua desempenhando suas atividades, quase que na totalidade.

“Com a diminuição do efetivo houve um decréscimo nas atividades de solo, mas no cômputo geral não estamos sentindo a crise. O GEIV foi pouco impactado pela natureza da missão, que não pode parar, nosso aproveitamento é de 90%, com pouco ou nenhum prejuízo”, descreveu o comandante do GEIV, Tenente-Coronel Aviador José Evânio Guedes Júnior.

Parafraseando o lema da Busca e Salvamento: “para que outros possam voar (viver)”, a missão do grupo de elite da Força Aérea Brasileira é fazer com que os equipamentos que auxiliam à navegação estejam em perfeito funcionamento.

A operação de aeronaves em qualquer trajetória de voo dentro da cobertura de auxílios à navegação, ou dentro dos limites das possibilidades dos equipamentos autônomos ou a combinação de ambos (PCA 351-3) é a definição do que é a navegação aérea, essência do trabalho desenvolvido pelo GEIV: permitir que todas as aeronaves que cruzam os céus do Brasil se movimentem com segurança.

Para não haver impacto, nem prejuízo em quaisquer atividades fundamentais neste momento extraordinário, foi feito um planejamento levando em consideração tanto a necessidade de isolamento social e, consequente diminuição do efetivo em sede, quanto o cumprimento do calendário de inspeções programado para o ano.

De acordo com o Comandante do GEIV, a quantidade de voos prevista no Programa Anual de Inspeção em Voo (PROINV) teve uma queda de aproximadamente 10%. Este programa estabelece a previsão do esforço aéreo necessário para que o GEIV inspecione auxílios e procedimentos de tráfego aéreo.

O pequeno percentual de queda na inspeção decorreu de fatores externos ao Grupo, como, por exemplo, as homologações que dependem de empresas privadas.

Calendário e medidas de proteção

Para atender ao calendário, a elaboração de escala foi dividida contemplando o revezamento de três grupos. De modo geral, as missões contam com quatro tripulantes, os dois pilotos, o mecânico de voo e o operador de sistema de inspeção em voo (OSIV).

A divisão de equipes levou em consideração como principal fator: a segurança. Nestes quase dois meses de operação excepcional houve apenas a confirmação de um piloto que testou positivo para o covid-19, mas não desenvolveu sintomas e, outro, que teve sintomas, mas não teve o diagnóstico comprovado.

A orientação do comandante aos tripulantes é a utilização de máscara, inclusive a bordo, em todo o território nacional, independente dos decretos regionais. O pernoite, quando houver, se restringe a impossibilidade de regresso à sede. Outro cuidado indispensável é a completa higienização da aeronave após cada voo.

Para evitar a exposição a quaisquer riscos, o Grupo também traçou uma trajetória de deslocamentos que passa por cidades onde não é necessário o pernoite, recomendado apenas em localidades mais afastadas, como Porto velho, Manaus e partes da Região Nordeste.

As inspeções estão divididas em seis circuitos: Norte, Centro-Norte, Nordeste, Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. As inspeções estão intercaladas entre meses pares e ímpares, onde, em que cada período, são vistoriados três circuitos.

Diário de bordo

Para o piloto inspetor Capitão Aviador Gabriel Brandello de Oliveira Haguenauer Moura, o cumprimento das inspeções em tempos de pandemia exige atenção redobrada, da fase de planejamento, logística até a previsão de término. “Independente de fatores externos, os auxílios precisam ser inspecionados para que o funcionamento dos aeroportos seja mantido em sua normalidade”, destacou.

Quando são acionados, os pilotos fazem uma análise do local de pernoite e verificam se haverá disponibilidade de hotel e como será o deslocamento na cidade. Em sua missão mais recente, a integração de um radar em São Luís, no Maranhão, foi um bom exemplo de como o planejamento exige coordenação e comunicação.

A decolagem do aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro no dia 5 de maio, terça-feira, coincidiu com a data em que teve início o bloqueio total (lockdown) em quatro municípios da Região Metropolitana de São Luís.

Com os bloqueios qualquer deslocamento considerado não essencial foi proibido. Desta forma, a tripulação teve de ser apoiada pelo Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de São Luís, organização militar subordinada ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).

“Nossa rotina está sendo a realização da inspeção, a ida para o hotel, o retorno para a aeronave e o prosseguimento das atividades, com todos os cuidados necessários, como a higienização da aeronave e o uso de máscaras de proteção, de modo que consigamos cumprir a missão e manter as orientações para evitar o contato e o contágio”, descreveu.

A missão de integração radar teve a duração de dois dias e foi finalizada na quinta-feira, dia 7, com sucesso. Participaram da atividade além do Capitão Brandello, o Capitão Aviador Guilherme da Silva Teixeira, o mecânico de voo SO BEI Roosevelt Gonçalves Zacarias Junior, o mecânico aluno Terceiro Sargento BMA Jorge Henrique Mendes Chagas Nunes e o OSIV Capitão Engenheiro Helio Vinicius de Almeida Cabral.

“O trabalho que o GEIV realiza é fundamental para o Brasil, a inspeção em voo permite que as companhias aéreas, a aviação geral e militar continuem realizando suas atividades, principalmente no momento em que vivemos. Nosso objetivo é sempre realizar o previsto com o menor impacto possível”, finalizou o Capitão Brandello.

Assessoria de Comunicação Social  
Reportagem: Gisele Bastos
Fotos: Fábio Maciel
Luiz Eduardo Perez
GEIV