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Exercício Carranca V termina com saldo positivo de integração e operacionalidade

publicado: 21/03/2016 09:01

 




Treinamento reforça preparação das equipes que estarão de prontidão durante os Jogos Olímpicos Rio 2016

A quinta edição do Exercício Carranca chegou ao fim nesta sexta-feira (18/03) com resultados que efetivam seu lugar no calendário de operações da Força Aérea Brasileira (FAB).

Com um alto nível de treinamento, a operação contabilizou mais de 90 horas de voo nos últimos quatro dias – na chamada fase EXINT, numa média de 27 missões simuladas envolvendo uma, duas ou mais aeronaves. Foram 50 saídas, sendo 40 diurnas e dez noturnas, para efetuar a localização e resgate de 72 vítimas.

Nessas duas semanas (de 9 a 18 de março), cerca de 400 militares aprimoraram os conhecimentos sobre coordenação e execução de missões de acidentes no mar e em terra. “O número de vítimas simuladas foi três vezes mais em relação às operações SAR reais realizadas pela FAB no ano passado”, compara o diretor do exercício, Major Aviador Fábio Lourenço Carneiro Barbosa.

Aviões de busca e helicópteros de salvamento da Aeronáutica e um navio e um helicóptero da Marinha do Brasil estiveram envolvidos em missões simuladas na localização e resgate de náufragos, embarcações à deriva, aeronaves acidentadas e pilotos ejetados.

Essa foi também uma edição que elevou a dimensão da operação não só em números, mas também em novidades e nível de dificuldades. De acordo com o Major Barbosa, o maior destaque foi o treinamento final, denominado de “operação anchova”, que contabilizou 12h ininterruptas de ação de resgate de 30 vítimas, utilizando óculos de visão noturna (NVG). “Foi a primeira vez que realizamos um exercício deste tamanho, com tantas aeronaves envolvidas e utilizando NVG para atender a um cenário tão grande”, destaca.

O treinamento realizado anualmente no Brasil é o maior do gênero da América Latina e está previsto pelo Manual Internacional Aeronáutico e Marítimo de Busca e Salvamento (IAMSAR) da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI).

Essa capacidade operacional é utilizada pelo Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico Brasileiro (SISSAR), responsável por uma área de 22 milhões de quilômetros quadrados. O principal objetivo deste ano é o treinamento das equipes que atuarão durante os Jogos Olímpicos RIO 2016, em agosto.

“Temos que prestar o serviço de busca e salvamento 24 horas por dia, sete dias por semana. A rapidez é essencial porque está diretamente relacionada à probabilidade de sobrevivência da vítima”, explica Major Barbosa.

Além disso, por meio do exercício com o emprego do NVG, foi atingido um dos objetivos previstos no Programa Sirius Brasil: o incremento da busca e salvamento noturno. “Fizemos isso de duas maneiras, ao associar ao exercício um cenário MRO, que é a operação de resgate de massa (MRO, do inglês Mass Rescue Operation) e ao promover a interoperabilidade entre dois esquadrões habilitados a voar NVG”, observou o Major Barbosa.

Apoio Logístico e operacional
Um dos destaques desta edição foi o apoio logístico da Intendência Operacional que participou pela segunda vez do Exercício Carranca. Foi montado uma grande estrutura com módulos sanitários, refeitórios , alojamentos, salas de estar e de apoio as atividades de coordenação.

A montagem da estrutura operacional ficou a cargo do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1° GCC). Os técnicos prestaram todo o suporte necessário às comunicações aéreas e de infraestrutura durante a manobra. “É um salto de qualidade enorme. Não se trata apenas de conforto, é moral da tropa, higiene, descanso apropriado, muitos benefícios que refletem em um exercício melhor para todos”, analisa o diretor do exercício.

Novos parceiros
Nesta edição, o Exercício teve a participação de médicos do Hospital de Campanha (HCAMP) da FAB, que fizeram parte da Célula de Atendimento Pré-Hospitalar (APH). O principal objetivo deste ano foi o treinamento das equipes SAR (Search and Rescue) que estarão de prontidão para emergências durante os Jogos Olímpicos Rio 2016.

O coordenador da Célula APH, Major Médico Rodolfo Seraphico de Souza Siqueira, destaca a importância do treinamento para os militares envolvidos na operação. “O exercício prático mantém a operacionalidade do homem de resgate, a simulação é essencial para o bom resultado. Nosso lema é ‘para que outros possam viver com qualidade de vida’”, afirma.

De acordo com o Major Barbosa, o Exercício Carranca é uma oportunidade de avaliar a capacidade e a operacionalidade dos órgãos responsáveis pelo Sistema e os métodos e técnicas empregados nas operações SAR. “O treinamento traz benefício à sociedade que conta com profissionais capacitados e sempre engajados em salvar vidas”, avalia o diretor do exercício.

Assessoria de Comunicação Social (ASCOM)
Reportagem: Denise Fontes
Foto: Fábio Maciel


Assunto(s): SAR carranca V