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Esquadrão Aranha adquire nova torre para o radar transportável

publicado: 04/06/2019 10:08

 




Com a missão de instalar, operar e manter um escalão avançado de operações aerotáticas em áreas onde a cobertura ordinária não for suficiente, o Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC) e seus Esquadrões têm como um de seus valores máximos a mobilidade.

Primando por uma logística que facilite o transporte do radar com toda a infraestrutura de que necessita e mantendo a qualidade do serviço prestado, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), através do 1º GCC, adquiriu duas torres hidráulicas – uma para o 2º/1º GCC (Esquadrão Aranha) – localizado em Canoas (RS) – e outra para o 4º/1º GCC (Esquadrão Mangrulho) – sediado em Santa Maria (RS).

Os dois Esquadrões, que são de Controle e Alarme, possuem capacidade de operar como sítios de detecções, enviando as imagens de radar para um Centro de Operações Militares (COpM) de um Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA).

A contratação das torres com a empresa Engeletrica aconteceu em agosto de 2018 e em dezembro deu-se início efetivo à sua fabricação. A primeira Torre TT-12, que dá suporte ao Radar Tridimensional TPS-B34 de Defesa Aérea, foi entregue ao Esquadrão Mangrulho em março deste ano e a segunda chegou ao Esquadrão Aranha no dia 27 de maio.

Coordenando a montagem da torre, o Capitão Fábio de Souza Lima, Chefe da Seção Técnica do 2º/1º GCC, acompanha o treinamento dos seus militares ao longo do processo. Eles são das especialidades Eletrônica (BET), Elétrica (SEL) e Eletromecância (SEM).

Quanto à concepção da torre, o Capitão Souza Lima destaca que a experiência adquirida com as torres anteriores foi de alta relevância para concepção da nova torre.

“Para nós, os principais requisitos foram mobilidade – ser de fácil transporte – e ser de fácil montagem e desmontagem”, comenta o Capitão, acrescentando que o fato da torre ser modular possibilita maior otimização da sua montagem em função das necessidades do terreno em relação aos obstáculos que o radar terá que suplantar.

Para Fernando Lopes, Diretor da Engeletrica – empresa responsável pelo projeto, fabricação e montagem das torres – muitas são as vantagens desta torre em relação à que estava sendo usada.

A primeira delas é o fato de ser 100% nacional. Além da redução de custos com a torre (cujo valor é um quarto das torres estrangeiras), traz o benefício do know-how em relação às peculiaridades do nosso país (climáticas e topográficas) e, quanto à manutenção, a fabricação e entrega de peças sobressalentes se dá num tempo muito mais curto, podendo chegar a uma semana apenas. A torre completa leva de 120 a 150 dias para ser fabricada.

“A partir do momento em que é feito o pedido, levamos até 150 dias para entregá-la no local onde será montada”, garantiu Fernando.

“Toda a torre é transportada num container só. Um único voo pode levá-la para qualquer destino. O tempo de montagem e a quantidade de pessoas envolvidas no processo também é reduzido em relação às demais torres”. Num cenário ideal – quando todos os militares da missão estão capacitados e treinados na montagem – a torre demanda seis pessoas e três dias para deixar o radar operacional.

Sobre o transporte do radar para o topo da torre, Fernando comenta que é vertical. Ou seja, “ele já estará instalado na torre desde o início de sua montagem, dispensando o uso de guindaste para posicioná-lo. Ele sobe junto com a torre, porque é colocado na estrutura da torre por um reboque desde o chão e vai subindo conforme a torre vai sendo montada”.

O rigor da torre segue os cuidados com o radar. “O fabricante do radar decretou que, em hipótese alguma, este equipamento pode ser instalado em solo que não tenha resistência de 4 kg/força por cm2”.

Assim, as características que este radar exige da torre são que:

1 – obviamente suporte o seu peso (que é de aproximadamente dez toneladas);

2 – resista às torções do radar (este possui forças girantes que tendem a fazer a torre girar junto); e

3 – absorva e suporte as vibrações do radar quando este está emitindo e recebendo os sinais, que devem chegar num lugar exato do equipamento.

“Peso, esforço girante e estabilidade são pontos cruciais que a torre deve atender. E a nossa torre atende”, informa o diretor da Engeletrica.

São quatro posições modulares de altura: 3,20 metros, seis, nove e doze metros. Sendo uma torre em três colunas (as outras são em quatro), há uma redução na quantidade de peças. E outra vantagem é que os parafusos já vêm fixados nos locais corretos e as porcas estão soldadas na estrutura. Assim, não há como perder estas peças menores, porém fundamentais para montagem.

“Estamos muito contentes, porque o produto que estamos entregando é único no mundo. Para o fim a que se destina, cumpriu todos os requisitos solicitados e atende a todas as normas. A Aeronáutica acreditou no nosso trabalho e aí está o fruto”, celebra Fernando.

Quem também comemora a aquisição da torre é o Comandante do Esquadrão Aranha, Major Aviador Diego Henning.

“Esta torre é uma demanda dos Esquadrões Aranha e Mangrulho que vem desde o recebimento do radar TPS-B34, em 2014. A torre que veio com ele não era nada prática para montar, dificultando, inclusive o deslocamento. Por essa razão, desde então usamos o radar no solo, o que diminuía a qualidade do serviço prestado por conta da restrição de detecção tanto em alcance, quanto em cobertura horizontal”, comentou.

“Com a chegada desta torre, podemos colocar o radar numa altitude que vai livrar todos os empecilhos que atrapalham a plena operacionalidade do radar”.

O Major destacou o trabalho conjunto com a empresa para que as demandas fossem atendidas em função dos óbices encontrados na experiência com as outras torres.

Ao longo desta semana os militares puderam treinar a montagem da torre com o acompanhamento dos técnicos da empresa e ainda não há previsão da sua aplicação em missões reais.

“Existe um sistema de brocas que a Engeletrica está preparando para gente, que se fixa no solo para prepará-lo para sustentar a torre. Com estas peças estaremos aptos a montar a TT-12 em qualquer solo, independente de haver estrutura necessária para operar este radar de defesa aérea”, comenta o Major Henning.

Assessoria de Comunicação Social do DECEA Texto: Telma Penteado – jornalista Fotos: Luiz Perez