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DECEA reúne companhias aéreas e concessionárias aeroportuárias

publicado: 03/01/2019 14:42

 




Uma boa definição de diálogo o descreve como a troca de ideias ou a discussão que busca um acordo entre duas ou mais partes. Está práxis vem norteando as ações do Departamento de Controle do Espaço Aéreo nos últimos anos. Sem diálogo não há acordo e, como consequência, as decisões correm o risco de ser parciais.

A posição do Diretor-Geral, Tenente-Brigadeiro do Ar Jeferson Domingues de Freitas, é justamente a de buscar este equilíbrio, entre o DECEA, o setor aeroportuário e as companhias aéreas. Sob esta perspectiva, foi realizado, no dia 17 de dezembro, um encontro que reuniu estes três importantes segmentos da aviação.

“Nós recebemos os presidentes das empresas e dos aeroportos concessionados. Apresentamos as nossas atividades este ano e mostramos o que faremos nos próximos. Porque? Entendo que temos de fazer isso em parceria, não posso tomar uma decisão sem ouvir as empresas, os aeroportos, porque isso causa impacto em todos”, afirmou.

A intenção do Tenente-Brigadeiro Domingues é realizar um trabalho harmonizado e integrado. Em sua palestra trouxe a visão: “ser reconhecido como referência global em segurança, fluidez e eficiência no gerenciamento e controle integrado do espaço aéreo” -, e a missão do DECEA: “contribuir para a garantia da soberania nacional, por meio do gerenciamento do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB)”.

Alguns dos projetos do Programa SIRIUS, conjunto de empreendimentos que contribuem para o aperfeiçoamento do SISCEAB, também foram mostrados, como o acordo de cooperação entre o DECEA e o EUROCONTROL, o Projeto TMA São Paulo – Neo e o Novo Centro de Controle de Aproximação (APP) Guaratinguetá (SP).

Em seguida os convidados, divididos em dois grupos, visitaram as instalações do Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), onde conheceram um pouco sobre o processo de confecção das cartas aeronáuticas, e o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), organização responsável pelo gerenciamento do fluxo de tráfego aéreo (ATFM) e do espaço aéreo (ASM).

“É muito promissor ver o que está sendo feito, estou otimista. As empresas, o DECEA, os aeroportos são uma grande orquestra, então temos que trabalhar juntos. Estamos no mesmo barco, o bom uso deste espaço é melhor para todos nós e para os passageiros”, descreveu o americano John Rodgerson, presidente da Azul Linhas Aéreas.

O executivo explicou que nos próximos anos, a companhia pretende operar em mais 35 cidades no Brasil. Hoje são 104 frequências nacionais e 8 internacionais. “Nosso grande diferencial é aproveitar as oportunidades de crescimento. Onde o Brasil cresce é onde estamos, no agronegócio, em Cuiabá, na região do Nordeste, ainda temos muito para crescer”, completou.

O presidente da Gol Linhas Aéreas, Paulo Kakinoff, destacou a importância do convite, que recebeu com curiosidade e satisfação. “Curiosidade pelo fato de conhecer toda a engrenagem que faz com que tenhamos no Brasil um dos sistemas mais eficientes de proteção, gestão e controle do tráfego aéreo”.

Para Kakinoff, o efeito prático disto é olhar como a estrutura está montada, como os processos acontecem e a capacitação necessária para o seu funcionamento. “Nesta visita pude conhecer as pessoas que de fato fazem a aviação acontecer”, ponderou.

A Gol emprega 15 mil colaboradores, opera 120 aeronaves, realiza 800 voos por dia para 65 destinos em 12 países. A companhia está listada na bolsa de valores do Brasil e dos Estados Unidos, onde opera com a Delta, e na Europa, com voos associados a Air France e a KLM.

Não foi diferente com o CEO da LATAM Airlines Brasil, Jerome Cadier, para quem as áreas precisam trabalhar juntas, desde as empresas, os prestadores de serviço, já que em sua opinião, existem poucos setores tão complexos quanto o da aviação.

“Quando acontece uma descoordenação, seja no aeroporto, em uma companhia aérea, o sistema todo sofre. Foi muito bom entender que a agenda que foi apresentada pelo Brigadeiro Domingues é a agenda que todos estão defendendo”, descreveu.

Cadier considerou que os temas expostos foram relevantes para o futuro do setor. “Para mim tem um valor extremamente alto estar aqui, temos o mesmo objetivo, que é o desenvolvimento da aviação”.

Para a Latam, o ano de 2018 foi de crescimento e a perspectiva para 2019 é de 5 a 7% de crescimento no setor doméstico e internacional. Também passaram a operar novas rotas, como Lisboa, Boston, Las Vegas e TelAviv.

A empresa opera em 47 aeroportos brasileiro, em 140 rotas diferentes, quando é incluída a Latam Internacional. “Grande parte da nossa operação é internacional, com isso transportamos 70 milhões de passageiros/ ano. No Brasil, é a metade disso, são mais de 800 operações diárias”, explicou.

Visita ilustre

Durante a visita juntou-se ao grupo o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luis Rossato, e falou sobre o transporte aéreo no Brasil, as empresas de aviação, a infraestrutura aeroportuária, os auxílios à navegação, e a responsabilidade do DECEA em gerenciar aproximadamente 22 milhões de quilômetros quadrados, em área de sua responsabilidade. “Destaco a importância da gestão política nesta área, que precisa estar bem controlada. Entendo que uma reunião como essa é extremamente importante, quando se reúnem as empresas aéreas e os aeroportos. Este aqui é um começo para que todos consigam atingir seus objetivos, parabéns a iniciativa”, finalizou.

Assessoria de Comunicação Social (ASCOM) do DECEA

Reportagem: Gisele Bastos - jornalista

Fotos: Luiz Eduardo Perez Batista