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DECEA participa do 8º Fórum Empresarial de Drones
Este evento, realizado no Hotel Meliá Ibirapuera, nos dias 05 a 07 de novembro, reuniu empresários e representantes da comunidade de Drones e os órgãos reguladores – Ministério da Defesa (MD), DECEA e Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Logo no primeiro dia do evento, aconteceu o 8º Fórum Empresarial de Drones, no qual empresários e os órgãos reguladores puderam debater sobre tecnologia e regulamentação do uso dos drones no espaço aéreo brasileiro.
Num primeiro bloco, que teve a mediação do CEO do MundoGEO, Emerson Granemann, quatro empresários falaram de suas experiências no mercado e apresentaram suas demandas.
Segundo Emerson, esta é uma oportunidade para que os “representantes da cadeia produtiva do setor” inspirem a comunidade a aprofundar o tema e fomentar as reflexões acerca das possibilidades tecnológicas em função das regras de uso compartilhado do espaço aéreo controlado.
O primeiro a falar foi o CEO da AL Drones, Lucas Florêncio, que focou no tema voo sobre pessoas, tomando como exemplos o mapeamento urbano e as entregas delivery. Lucas colocou suas ponderações sobre soluções técnicas para as autorizações de voo dentro deste cenário e ressaltou a possibilidade de as empresas mostrarem aos órgãos reguladores que possuem capacidade técnica e que podem garantir a segurança das operações.
Na sequência, o CEO da Skydrones, Ulf Bogdawa, trouxe a questão do uso de drones para pulverização, voando a baixa altura (entre 2 e 3 metros). Ulf mencionou como exemplo o trabalho desenvolvido na China, onde drones decolam com aproximadamente 40kg – entre baterias e agrotóxicos.
Assim como Lucas, o CEO destacou a possibilidade do operador assumir a responsabilidade sobre a operação e discorreu sobre como a regulamentação, caminhando junto com os avanços tecnológicos, aumentam a confiabilidade dos investidores deste setor.
Giovani Amianti, CEO da Xmobots, trouxe o debate para outro foco: o da qualificação. Suas ponderações se voltaram para os níveis de certificação e habilitação de pilotos de drones para voos acima de 400 pés (cerca de 121 metros) e BVLOS (Operação Além da Linha de Visada Visual).
Fechando o painel dos empresários, o CEO da Speedbird Aero, Samuel Salomão, tratou dos voos de entregas (delivery) para transporte de comida e medicamentos, por exemplo.
E levantou ainda a demanda da regulamentação para que um mesmo operador possa controlar mais de um drone por operação.
Ponderando tudo que foi dito no painel, o mediador Emerson mencionou o conceito de Gerenciamento do Tráfego Aéreo Urbano (Urban Air Traffic Management – UATM), no qual o DECEA já está trabalhando.
Dando prosseguimento às conversas, Emerson abriu o painel dos órgãos regulamentadores passando a palavra ao representante do DECEA, Capitão Aviador Carlos Henrique Silva Santos, Chefe da Seção de Planejamento de Operações Militares (DPLN-7).
O Capitão Santos abordou a regulamentação apresentando os principais documentos (AIC 29/2009, AIC-N 21/2010, ICA 100-40/2012-2015 e AIC-N 17, 23 e 24/2017) e destacando que em 2020 será lançada uma Circular para Serviços Essenciais.
Santos falou ainda do Sistema de Solicitação de Acesso ao Espaço Aéreo por RPAS (SARPAS) e que em breve será lançado um aplicativo do Sistema, desenvolvido pela Assessoria de Transformação Digital (ATD) do DECEA, e uma Interface de Programação de Aplicações (API) junto com a ANAC que propiciará a unificação do Banco de Dados.
Mostrando o exemplo da aprovação do transporte por drone de bolsas de sangue em Juiz de Fora (MG), o Capitão apresentou as ações do DECEA no que diz respeito ao UATM no Brasil, como o registro dos voos; as regras e compliance (instruções internas); autorizações de voo no Espaço Aéreo; identificação remota; mapeamento; rastreamento e localização.
Santos informou que na próxima semana, autoridades do Alto Comando do DECEA estarão reunidas, de 12 a 14, em Montréal, Canada, na terceira edição do Drone Enable, onde falarão, dentre muitos assuntos de regulamentação, sobre o UATM.
Como maiores desafios, o Capitão destacou a utilização consciente dos drones, a fiscalização, o acompanhamento do avanço da tecnologia para que a regulamentação possa ser sempre eficiente e eficaz e a integração do espaço aéreo.
“O DECEA participou do DroneShow e MundoGEO Connect PLUS justamente para interagir com os principais empresários do setor nacional que têm intenção de desenvolver o mercado interno e passar para eles que, dentro das regras já estabelecidas, é possível testar e fazer provas de conceito para todas as tecnologias novas que eles quiserem promover. Ainda que a regra atual não os contemple, se eles nos provarem que toda operação ocorrerá com segurança, sem prejuízo de desempenho da aviação tripulada, teremos a maior boa-vontade de analisar e, se for o caso, autorizar os voos”, comentou o Capitão Santos.
Representando a ANAC, Ailton José de Oliveira mostrou a abertura para dialogar com a comunidade de drones ao anunciar uma tomada de subsídios para regulamentação do uso da tecnologia.
Aberta no dia 05 de novembro, a chamada de contribuições ficará aberta por três meses (indo até 05 de janeiro de 2020) e os interessados podem acessar pelo site da Agência.
A intenção é fazer um levantamento dos assuntos de maior interesse da comunidade para que se possa fazer estudos e pesquisas na área, incrementando o mercado e aumentando a qualidade e a segurança dos serviços prestados.
Estas informações, visões e propostas sobre os temas de interesse visam a “melhoria e evolução da regulamentação brasileira”.
Ailton comentou que a ANAC já identificou assuntos de relevância, tais como:
- aspectos de ruído dos drones;
- definição de áreas não habitadas;
- operações sobre pessoas;
- demonstração de confiabilidade;
- cyber security;
- identificação eletrônica remota;
- múltiplas aeronaves por piloto remoto;
- certificação de operadores
Finalizando o bloco, o Comandante Muthz Barros abordou a questão das autorizações para realização de aerolevantamento com drone a baixa altitude por parte do Ministério da Defesa (MD).
O Comandante Muthz destacou que a regulamentação está na Portaria MD nº101 e reforçou a necessidade de que empresas se inscrevam no Ministério para se habilitarem a fazer aerofotogrametria.
Após apresentar as regras, ele mostrou as facilidades do registro e as implicações de operar fora das regras.
O DECEA manteve um ponto de informação onde pôde distribuir folders explicativos e no qual autoridades do Subdepartamento de Operações (SDOP) – Cap Santos e 2º Sargento Marina Santos – e do Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP) – 1º Tenente Rennó, 2º Sargento Ana Carina, 2º Sargento Runey, 2º Sargento Rafaella – puderam interagir com os participantes.
Dentre os cursos oferecidos ao longo do DroneShow e MundoGEO Connect PLUS, estavam os de:
- Drones para uso em mapeamento e meio ambiente
- Realidade virtual e aumentada
- Curso Prático: QGIS Básico para mapeamento temático
- Análise espacial para tomada de decisões estratégicas
- Processamento de imagens obtidas com drones
- Tecnologias e soluções para monitoramentos de obras
- Curso Prático: QGIS Avançado para análise espacial
- Topografia com drones
- Drones para aerolevantamentos
- Agricultura com drones
Nos dias 06 e 07 aconteceram, respectivamente, o 1º Fórum de Observação da Terra e o 1º Fórum de Soluções Geoespaciais para Smart Cities.
A próxima edição do DroneShow 2020 será realizada em São Paulo, nos dias 19 a 21 de maio, no Centro de Convenções Frei Caneca.
Assessoria de Comunicação Social do DECEA Texto: Telma Penteado – jornalista Fotos: Luiz Perez