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DECEA inicia voos de análises das interferências ionosféricas nos sinais do GBAS

publicado: 12/08/2011 14:03

 




O Subdepartamento de Operações do DECEA (SDOP) deu início, no dia 27 de julho, à campanha de analises da interferência da ionosfera na propagação dos sinais de navegação aérea por satélite para o uso do GBAS (Sistema de Aumentação Baseado em Solo).


O trabalho é de suma importância para a consolidação no País, em um futuro breve, de uma estrutura de pouso de precisão por satélites e tem por intuito a averiguação dos dados que propiciarão a efetiva correção dos sinais GPS, por meio da Estação GBAS, já instalada no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro.


Gerenciada pela SDOP, em parceria com o Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA) e a Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP), a iniciativa tomou corpo com o primeiro voo do dia 27, realizado pela aeronave do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), também parceiro no projeto, o jato Hawker 800XP.


Outros voos serão necessários ao longo dos próximos três anos, de modo a aproveitar o período de máxima atividade do sol - cujo pico está previsto para maio de 2013 - ocasião em que é verificado grande aumento das chamadas “explosões solares”. A aeronave do GEIV voará ao longo da área de abrangência (cobertura) do GBAS – um raio de 23 milhas do Aeroporto do Galeão que compreende quase que por completo a Terminal Aérea do Rio de Janeiro.


Essas análises prévias são necessárias, já que a ionosfera terrestre apresenta comportamentos distintos em diferentes latitudes do planeta. No caso brasileiro, o desafio é lidar com as interferências em regiões de baixas latitudes, ainda não experienciadas pelo sistema GBAS, que até então só fora implementado em países de média latitude.


Um projeto de longo prazo


Já há algum tempo, o DECEA vem monitorando os resultados e êxitos do GBAS mundo afora, bem como executando testes num protótipo da FAA (Federal Aviation Administration – organização provedora dos serviços de navegação aérea norte-americana) no Galeão. No ano passado, o DECEA adquiriu a primeira Estação GBAS certificada do País.


O Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, foi o escolhido para abrigar o projeto piloto do GBAS brasileiro. Em julho de 2010, técnicos de empresas parceiras da organização na iniciativa uniram-se à Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), instituição subordinada ao DECEA, para instalar o sistema. A Estação SLS-4000 Smart Path GBAS da empresa norte-americana Honeywell foi recentemente certificada pela FAA e já opera em alguns aeroportos da Europa, dos Estados Unidos e do Sul da Austrália.


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Saiba mais sobre o GBAS


Há uma série de limitações e fenômenos naturais existentes nas grandes altitudes que podem alterar os sinais de posicionamento via satélite, especialmente para as aproximações de precisão. Essas alterações precisam ser corrigidas pelos chamados sistemas de aumentação.


No Brasil, após uma intensa fase de pesquisas, teste e simulações, o DECEA optou pela tecnologia do Sistema de Aumentação Baseado em Solo, também conhecido por GBAS, sigla da expressão em inglês para Ground Based Augmentation System.


O GBAS corrige os sinais de satélite para aproximação das aeronaves e é considerado um sistema de aproximação e pouso de precisão. Ele oferece algumas vantagens expressivas. A primeira é a abrangência: um sistema GBAS não atua somente numa cabeceira da pista – tal qual o ILS -, mas também em todas as demais que estiverem no raio de alcance do instrumento. Ou seja, o aeródromo inteiro e, em alguns casos, até mesmo os adjacentes. Teoricamente, uma única estação é capaz de lidar com até 26 aproximações de precisão.


Do mesmo modo, as aeronaves com o GBAS não dependem exclusivamente da famosa rampa imaginária do ILS; elas estão aptas a executar aproximações de precisão em curvas e, mesmo, quando a configuração das pistas permite, em paralelo, com rampas em diferentes ângulos, evitando as esteiras de turbulência deixadas pela aeronave da frente – o que representa um aumento significativo para as capacidades dos aeroportos.


O sistema também tem por pressuposto, no futuro, apoiar, além do pouso, a aproximação, a decolagem e, inclusive, os movimentos das aeronaves na superfície; ou seja, uma estrutura completa de apoio à navegação aérea em toda a circunvizinhança do aeródromo.


Não bastassem essas características, as conhecidas suscetibilidades do ILS a interferências de toda ordem, como a das ondas VHF, e toda a complexidade que envolve sua instalação – necessidade de grandes áreas livres que muitas vezes dão margem à remoção de habitações e edificações -, não oferecem obstáculo algum ao novo sistema. Para ser alojado, ele requer apenas uma pequena área para fixação de alguns dispositivos na pista.


Assessoria de Comunicação Social do DECEA (ASCOM/DECEA)

Daniel Marinho - danieldhm@decea.gov.br