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DECEA e entidades do setor aéreo debatem o desempenho do Sistema de Aumentação Baseado em Solo - o GBAS - no Brasil

publicado: 15/05/2017 13:49

 




Objetivo é nivelar conhecimentos, esclarecer dúvidas e discutir aprimoramento da nova tecnologia

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) realizou, na última quinta-feira (11/05), uma reunião para divulgar o status do projeto do Sistema de Aumentação Baseado em Solo (GBAS) e conhecer as perspectivas das entidades e empresas do setor aéreo.

O encontro reuniu representantes do DECEA, do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (ABEAR), além das empresas Boeing, Embraer, IACIT Soluções Tecnológicas S/A e companhias aéreas.

Na abertura do evento, o Brigadeiro do Ar Luiz Ricardo de Souza Nascimento, chefe do Subdepartamento de Operações do DECEA, deu as boas-vindas aos participantes e destacou a importância do encontro. “Estamos aqui para trocar experiências e tomar decisões em conjunto, visando a fluidez, a regularidade e a segurança das operações aéreas”.

O Brigadeiro Luiz Ricardo falou, também, sobre a assinatura do anexo ao memorando de cooperação entre a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) e o DECEA a fim de realizar estudos, aprofundar as análises e buscar soluções para identificar possibilidades que permitam a utilização do GBAS no Brasil.

Em sua apresentação, o coordenador do GBAS no DECEA, Tenente-Coronel Engenheiro Alessander de Andrade Santoro, ressaltou as funcionalidades, as vantagens e os desafios para implementação desta nova tecnologia.

Para o Tenente-Coronel Santoro, a dificuldade é lidar com as particularidades da ionosfera de baixa latitude do País. “Na nossa região, um dos principais distúrbios da ionosfera - conhecido como Irregularidade Equatorial ou Bolhas de Plasma – caracteriza-se pelo deslocamento das chamadas ‘bolhas’ de baixa ionização. Elas podem provocar atrasos no sinal do satélite, gerando erro no cálculo da posição GPS”, explicou.

O sistema GBAS tem por função melhorar a exatidão, a integridade, a continuidade e a disponibilidade da informação para a navegação aérea, com base na utilização dos dados provenientes dos sistemas satelitais GNSS (Global Navigation Satellite Systems - Sistemas Globais de Navegação por Satélite).

As funcionalidades do Painel de Inspeção em Voo foram apresentadas pelo chefe do laboratório do GEIV, Capitão Sérgio Marcos da Rocha Corrêa. A estação GBAS do Aeroporto Internacional do Galeão foi implantada em 2011 e, até 2014, foram realizados testes utilizando as aeronaves-laboratório.

A expectativa é que o projeto seja desenvolvido por um período de dois anos, resultando na certificação da estação GBAS do Aeroporto do Galeão para operações de aproximação a níveis similares aos do Sistema de Pouso por Instrumentos de categoria dois, o ILS CAT II.

A empresa IACIT Soluções Tecnológicas S/A falou sobre os desafios técnicos e tecnológicos, o processo de certificação do DME 0200 (Distance Measuring Equipment /Equipamento Medidor de Distância) e apresentou um dos seus projetos, o GBAS – Ground Based Augmentation System.

A certificação do GBAS e as iniciativas de pesquisa no Brasil foram alguns dos assuntos abordados pelo Capitão Engenheiro Leonardo Marini Pereira, do ICEA.

Já a ANAC falou sobre o processo de autorização para operação CAT I com GLS (GBAS Landing System - Sistema de Aterragem GBAS) e a certificação de aeronave. As companhias aéreas apresentaram a capacitação da frota e as expectativas em relação ao GBAS.

O diretor-assistente de segurança e operações de voo para o Brasil da IATA, Julio Pereira, agradeceu e parabenizou o DECEA pela iniciativa. “Estou feliz em participar deste fórum e fazer parte desse trabalho colaborativo”, concluiu.

Assessoria de Comunicação Social do DECEA
Reportagem: Denise Fontes
Fotos: Fábio Maciel