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Comitiva do governo chinês faz visita de intercâmbio no DECEA

publicado: 28/06/2019 20:58

 




Na manhã do dia 28 de junho, sexta-feira, o Diretor-Geral do DECEA, Tenente-Brigadeiro do Ar Jeferson Domingues de Freitas, o Vice-Diretor, Major Brigadeiro do Ar Walcyr Josué de Castilho Araújo, e os chefes dos Subdepartamentos de Administração, Brigadeiro do Ar Sérgio Rodrigues Pereira Bastos Junior, e Técnico, Brigadeiro do Ar Mauricio Ferreira Hupalo receberam uma comitiva do governo chinês vinculado à aviação civil, subordinado ao Ministério de Transportes do país.

Da comitiva chinesa estiveram presentes o Diretor Adjunto da Administração da Aviação Civil da China (CAAC), Mr Li Jian, o Diretor Geral de Certificação de Aeronavegabilidade de Aeronaves, Mr Xu Chaoqun, o Diretor Geral do Departamento de Padronização de Voo, Mr Zhu Tao, o Vice-Diretor da Divisão de Negócios do Departamento de Padronização de Voo, Mr Chen Xiguang, além de assessores.

O Tenente Brigadeiro Domingues iniciou o encontro falando sobre a similaridade do tráfego aéreo brasileiro e chinês, a começar pelo tamanho do espaço aéreo dos dois países. Em seguida, apresentou sua equipe, além do representante do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), Tenente Coronel Aviador Maurício Maia Ramos Neto, e do representante da Comissão de Estudos Relacionados à Navegação Aérea Internacional (CERNAI), Coronel Especialista em Controle de Tráfego Aéreo, Jorge Wilson de Avila Ferreira Penna.

Após a exibição do vídeo institucional do DECEA, o Diretor-Geral descreveu o sistema integrado de gerenciamento de tráfego aéreo brasileiro civil e militar. “Nós temos um software de gestão de tráfego aéreo (SAGITARIO), desenvolvido por uma empresa nacional, a Atech. Somos bem avaliados pela ICAO (Organização da Aviação Civil Internacional) e lideramos o tráfego aéreo da América do Sul apoiando países como o Uruguai, o Paraguai, a Argentina e a Bolívia”, descreveu.

Concluída a apresentação, foi a vez da comitiva chinesa destacar o desenvolvimento da sua aviação geral, que tem como missão primordial a segurança do tráfego aéreo, além da construção de aeroportos, aprovações de recursos para o setor e, também, o controle da aviação civil.

A comitiva mostrou números do setor aéreo da China, que possui 3709 aeronaves de grande porte e 2723 aeronaves consideradas de médio e pequeno porte. Nos últimos dez anos houve mais de 10% de crescimento no setor de aviação civil, que conta com 62 operadoras (companhias) aéreas chinesas e 180 estrangeiras.

Outro dado surpreendente foi de que na China, aproximadamente cinco mil novos colaboradores entram para o setor a cada ano. A informação singular foi relacionada a presença de cerca de 200 pilotos brasileiros voando na China, cuja principal característica é a alta qualidade técnica.

Na China, diferentemente do Brasil, não são permitidos voos particulares. No entanto, acredita-se que haverá 40% de aumento no mercado em breve, proveniente, principalmente, do aumento no número de voos particulares. O índice de acidentes no país está em torno de 0,4%.

O Diretor-Geral fez ainda alguns questionamentos sobre a presença de drones no espaço aéreo daquele país e recebeu a informação de que estes voos ultrapassam um milhão de horas contabilizadas, o que cada vez mais se aproxima dos voos regulares.

Esta movimentação, prioritariamente acontece na área da agricultura, mas também são realizados voos de inspeção de linhas de transmissão e de aerolevantamentos (foto aérea). Com relação ao transporte de cargas usando drones, a China ainda está em fase de testes.

A junção da área de controle de drones com o ATM (gerenciamento de tráfego aéreo) também é um desafio para o governo chinês. Naquele país, já foram emitidas 40 mil certificações para drones. No Brasil, consta o cadastro de mais de 70 mil equipamentos junto à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), dos quais 18.882 fizeram a solicitação de acesso ao espaço aéreo utilizando o Sistema SARPAS - solicitação de acesso ao espaço aéreo para o uso de Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAS/DRONES) no espaço aéreo brasileiro.

Os maiores desafios apontados pela comitiva chinesa foram em relação as políticas do país para a evolução do setor. Outro ponto citado foi o número insuficiente de recursos humanos qualificados quando o assunto é espaço aéreo. A China vive um momento de transição e espera que o Brasil seja referência neste processo de mudança.

O Diretor-Geral respondeu com total disponibilidade para mostrar a experiência brasileira aos chineses e, da mesma forma, recebeu o convite para conhecer os órgãos reguladores e a operação chinesa que, segundo a comitiva, atua de forma similar a praticada nos Estados Unidos da América.

Como a falta de pessoal é um problema grave para os chineses, a solução encontrada pelo país foi o desenvolvimento de uma plataforma digital. Foram feitos grandes investimentos em bases de dados, provas e testes até que a plataforma fosse reconhecida pelos pilotos do país. Atualmente existem 10 mil funcionários habilitados com a carteira digital.

“Vejo grande oportunidade de troca de experiências entre o Brasil e a China. Ajudamos outros países, mas também temos a oportunidade de aprender a despeito da experiência que temos”, completou o Diretor-Geral.

Após compartilhamento de informações mútuas, a comitiva chinesa seguiu para o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), onde conheceu o trabalho realizado, além da célula de decisão colaborativa e observou in loco como é feita a harmonização do fluxo do tráfego aéreo no Brasil.

No salão operacional do CGNA foi possível visualizar as aeronaves em voo no Brasil em tempo real, bem como a situação dos aeroportos e as condições meteorológicas.

Na sequência, a comitiva chinesa foi recebida no Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA) pelo Chefe da Divisão de Operações, Tenente Coronel Especialista em Controle de Tráfego Aéreo, Clóvis Fernandes Junior, que apresentou o trabalho desenvolvido no Instituto.

Após esclarecimento de dúvidas, os visitantes seguiram para visita a Subdivisão de Cartografia, responsável pela realização de levantamentos geodésicos e topográficos que fornecem dados para as publicações aeronáuticas, além da confecção dos planos de proteção de aeródromo e a produção de cartas aeronáuticas nas escalas de voo visual, baseadas em referências terrestres.

A comitiva também conheceu a Subdivisão dos Serviços de Informação Aeronáutica, responsável pela atualização das publicações de informações aeronáuticas do SISCEAB, por meio da produção de manuais e cartas voltados à navegação aérea por instrumento.

Outro setor visitado foi a Subdivisão de Procedimentos e Espaço Aéreo, que faz o planejamento, gerenciamento, coordenação, execução e o controle das atividades relacionadas à elaboração dos procedimentos de navegação aérea e à concepção de espaço aéreo.

Assessoria de Comunicação Social do DECEA
Reportagem: Gisele Bastos
Fotos: José Pereira