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CGNA finaliza medição de capacidade dos setores do espaço aéreo brasileiro

publicado: 25/02/2016 14:58

 




Em mais um processo de Tomada de Decisão Colaborativa, o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), órgão subordinado ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), finalizou a medição de capacidade de setores do espaço aéreo, a chamada capacidade ATC, das cinco Regiões de Informação de Voo (FIRs) brasileiras. O trabalho envolveu os Centros de Controle de Área (ACCs) e os Controles de Aproximação (APPs), órgãos responsáveis pelo controle do espaço aéreo do Brasil.
O processo, que durou alguns meses, contemplou inicialmente os APPs de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Eduardo Gomes (Manaus). Em seguida, foi determinada a capacidade dos ACCs de Recife, Brasília e Curitiba. As análises foram totalmente finalizadas com a medição do ACC Amazônico.
Nos últimos anos, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) realizou modificações nas FIR, tais como o seu redimensionamento, a implementação da Navegação Baseada em Performance (PBN) e a implantação de novas circulações em terminais. Todas estas medidas interferem no cálculo da capacidade anteriormente estabelecido, sendo, por isso, necessária uma nova medição.
Metodologia nacional
A capacidade ATC é expressa pela habilidade do órgão de controle do espaço aéreo ou de suas posições operacionais em controlar uma quantidade de aeronaves entrando em determinada porção de espaço aéreo. Para chegar ao número, é preciso levar em consideração as condições meteorológicas, a configuração do órgão de controle, a quantidade de profissionais e os equipamentos disponíveis, bem como outros fatores que possam afetar a carga de trabalho do controlador de tráfego aéreo. Quanto maior a carga de trabalho, menor a capacidade.
“São parâmetros que ajudam a determinar quantas aeronaves podem ser colocadas em cada setor, se há necessidade de mais ou menos posições operacionais, por exemplo. É a capacidade ATC quem determina os limites de fluxo aéreo, essenciais para o CGNA fazer os planejamentos no controle de tráfego”, explica o Tenente Especialista em Controle do Tráfego Aéreo Joaquim Tavares Lobo Júnior, um dos responsáveis por acompanhar este processo.
Com a medição de capacidade definida, o CGNA consegue garantir a segurança nas operações e realizar o gerenciamento do fluxo de aeronaves que circulam diariamente no espaço aéreo brasileiro, sempre com a preocupação de balancear a demanda de aeronaves e a capacidade de cada setor do espaço aéreo em recebê-las.
A metodologia desenvolvida pelo Centro de Gerenciamento tornou o Brasil um dos pioneiros na América Latina em desenvolvimento de pesquisa de capacidade ATC, colocando-o nas perspectivas de organizações internacionais como FAA (autoridade de aviação civil dos Estados Unidos) e o EUROCONTROL (organização responsável pela segurança da navegação aérea na Europa).
A Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) e países vizinhos ao Brasil demonstraram interesse pela metodologia que já foi apresentada em cursos ministrados para países como Argentina, Bolívia, Colômbia, Peru, Paraguai e Venezuela.
Tomada de Decisão Colaborativa
O termo Tomada de Decisão Colaborativa vem da sigla CDM, do inglês “Collaborative Decision Making”. Consiste em um processo de decisão em que os vários membros de um grupo se reúnem para buscar a solução de problema em comum, de forma que a decisão final seja a melhor possível para todos os envolvidos.
Esta é uma metodologia utilizada em diversos setores do CGNA antes de tomar uma decisão relativa ao gerenciamento do fluxo do tráfego aéreo. Para a determinação da capacidade ATC, a atividade envolve, além dos profissionais do Centro, os representantes do órgão responsável por controlar cada uma das Regiões de informação de Voo.

 

Mariana Mazza – Seção de Comunicação Social do CGNA