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Atividades colaborativas são tema de reunião do DECEA com aéreas e concessionárias no Rio de Janeiro

publicado: 11/11/2021 14:17

 




“É importante reunir os stakeholders da aviação no Brasil com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) capitaneando esta iniciativa. Sabemos o quanto a aviação vem sofrendo para recuperar os índices anteriores a pandemia do COVID-19, então é simbólico estarmos juntos, os relacionamentos se fortalecem pessoalmente”. A declaração é do CEO da Zurich Airport Brasil, Ricardo Gesse, que resume o encontro do DECEA com presidentes e representantes de companhias aéreas, concessionárias e associações.

A reunião, realizada no último dia 8 de novembro, no Clube de Aeronáutica do Rio de Janeiro, teve como objetivos a apresentação de projetos em andamento no DECEA e o estabelecimento de um canal de comunicação com todos os setores envolvidos com aviação. Para se ter uma ideia da amplitude de alcance, estiveram presentes a Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), a empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a NAV Brasil Serviços de Navegação Aérea S.A.

Também participaram representantes da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), da Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG), da Associação Latino-Americana de Transporte Aéreo (ALTA), da Associação Nacional das Empresas Administradoras de Aeroportos (ANEAA), da Junta dos Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil (JURCAIB) e da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares ao Transporte Aéreo (ABESATA).

“Este é um evento para aproximar companhias, associações e concessionárias. Temos também a presença dos órgãos institucionais do DECEA, do Vice-Diretor, da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), dos chefes dos Subdepartamentos de Operações (SDOP) e Técnico (SDTE), do diretor do Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA) e do chefe do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA)”, enumerou o diretor-geral do DECEA, Tenente-Brigadeiro do Ar João Tadeu Fiorentini.

Em suas palavras, o Oficial-General fez um breve histórico de sua carreira, incluindo seu cargo no Ministério da Defesa, no início de 2020, quando o mundo ficou paralisado pela pandemia do COVID-19, com impactos na aviação mundial. “Este encontro é uma oportunidade para atualizar as ações que vêm sendo empreendidas pelo DECEA. O grande objetivo é estarmos juntos e torcendo para a que a vacina alcance e imunize a população”, disse.

Os projetos do DECEA foram apresentados pelo chefe do Subdepartamento de Operações, Brigadeiro do Ar Eduardo Miguel Soares. “A ideia é divulgar empreendimentos do Departamento, que têm relação com as companhias aéreas, concessionárias e associações” - disse.

Além dos projetos em andamento, o chefe do SDOP dissertou sobre a visão estratégica da Força Aérea Brasileira (FAB) e do DECEA, o Plano de Implementação ATM Nacional (PCA 351-3) e o Programa SIRIUS Brasil.

Na sequência, o Coronel Engenheiro Alessander de Andrade Santoro mostrou o dia a dia do Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), iniciando com uma introdução sobre insumos e produtos. Um deles, o aplicativo FPL BR - EFB (Electronic Flight Bag) – que tem um módulo de consulta de informações aeronáuticas em formato digital – e o AISWEB.

Sobre as principais ações do ICA, foram enumeradas a redução do número de NOTAM, a atualização das cartas por instrumentos, a redução dos prazos de informação aeronáutica e disponibilidade de produtos para avaliação prévia. Outro tema foi a otimização do espaço aéreo e a consequente economia de combustível e menor produção de CO².

O CGNA é a organização que tem ocupado importante papel na retomada das operações aéreas, listou medidas que vem sendo aplicadas. Seu comandante, o Coronel Aviador Marcelo Jorge Pessoa Cavalcante, falou de melhorias como a setorização vertical, a flexibilização dos setores de São Paulo, a evolução do tratamento dos planos de voo, o aumento da capacidade do espaço aéreo e a redução do tempo de tratamento nos planos de voo.

As medidas têm relação não apenas com a evolução tecnológica, mas com a aviação como um todo. “Tentamos nos antecipar, existem teses que preveem mudanças a cada 25, 30 anos. Se voltarmos no tempo, lembraremos de quando foi descoberta a pólvora, a roda, o rádio, a televisão, a TV em cores e a internet, que nos primórdios era discada”, elencou o diretor-geral do DECEA.

O Tenente-Brigadeiro Fiorentini, que recentemente participou de um evento sobre aviação na Europa, fez uma ressalva para um tema que é de preocupação mundial: a redução da emissão de carbono. “Chamo atenção para os problemas ambientais, o mundo clama por isso, tudo leva a diminuição da emissão de carbono, temos nos preparar para essa evolução”, alertou.

Os reflexos desta tendência já estão sendo tratados pela IATA. Seu diretor no Brasil, Dany Oliveira, mencionou em entrevista sobre esta preocupação do DECEA com o meio ambiente. “Saímos desse período de pandemia com a maior crise da história da aviação. A IATA, com 76 anos de existência, nunca observou nada parecido. A saída da crise ainda conta com um grande desafio que é a sustentabilidade”.

Dany Oliveira parabenizou o DECEA pela iniciativa do encontro e destacou o papel da IATA neste trabalho colaborativo. “Esta é uma preocupação mundial, temos um plano que foi assinado na última Assembleia Geral da IATA com o compromisso das quase 300 empresas aéreas associadas de zerar as emissões de carbono até o ano de 2050”. Para ele, este plano tem estreita relação com a FAB e, particularmente, com o DECEA, já que sem um espaço aéreo eficiente dificilmente será possível atingir esta meta.

O diretor da IATA no Brasil disse, ainda, que o encontro foi fundamental pelos desafios que serão enfrentados pela aviação no Brasil e destacou dois projetos feitos em parceria com o DECEA, o Projeto TMA SP Neo e o A-CDM. Como o nome diz Airport Collaborative Decision Making, o Collaborative é exatamente o que o DECEA traz, precisamos estar cada vez mais perto discutindo os rumos do Brasil.  Este espírito colaborativo, que aprendemos com a pandemia, foi preponderante para que a resolução dos problemas aconteça de forma colaborativa. Se não fosse o DECEA auxiliar as empresas aéreas, não teríamos condições de avançar e acelerar essa recuperação”.

Reconhecimento também foi pontuado pelo presidente da ABEAR: “Hoje é dia de reconhecer o protagonismo e a parceria do DECEA neste imenso esforço de recuperação da aviação e de combate à crise” - externou Eduardo Sanovicz, em agradecimentos especiais ao Tenente-Brigadeiro Fiorentini, ao Major-Brigadeiro do Ar Márcio Bruno Bonotto e ao Brigadeiro Miguel.

O presidente da ABEAR também mencionou projetos em parceria, o AGILE e TMA SP Neo, que tiveram resultados expressivos. A menção especial foi para o chefe do CGNA, Coronel Marcelo, que diuturnamente está aberto para reuniões com as equipes das empresas e dos aeroportos para construir novos e bons.  “A somatória dessa imensa integração entre o DECEA, a ABEAR, e outros agentes econômicos do setor reconstruíram a aviação neste País” - afirmou Sanovicz, informando que 80% do mercado doméstico está no ar e que o internacional voltou cerca de 35%. “O que atingimos é resultado dessa parceria pelo qual somos gratos” - finalizou.

O CEO da Itapemirim Transportes Aéreos, Adalberto Bogsan, empresa que estreou no mercado da aviação em 2021, endossou o que disse a ABEAR, enfatizando a colaboração mútua, algo que vem sendo prospectado pelas empresas e pelo DECEA. “Todos ganhamos, empresas, administradores de aeroportos e provedores de serviço de espaço aéreo”, disse ele, ressaltando a relevância deste tipo de troca, a exemplo do que aconteceu com a homologação do procedimento de navegação aérea RPN AR APCH, em Joinville (SC). “Para as empresas é de extrema importância que tenhamos não só uma visão de empresa, mas também das dificuldades do DECEA e, ainda, como podemos trabalhar em colaboração” - declarou.

Ricardo Gesse, CEO da Zurich Aiport Brasil, destacou o estreitamento de laços com o DECEA e a importância da visibilidade dos processos em execução pela organização militar, com o propósito de poderem contribuir para o futuro. “Quando as pessoas estão melhor informadas, tomam melhores decisões, porque entendem o contexto. Acho importante juntar os aeroportos e ao mesmo tempo estar aberto às contribuições que os times vão trazer. Quanto mais houver troca de informações, com foco nas necessidades de cada um, melhor seremos como aviação brasileira”, exaltou Gesse.

Ao final do evento, o Tenente-Brigadeiro Fiorentini se colocou à disposição para um novo encontro com empresas aéreas, concessionárias e associações. “Vamos atender de acordo com a disponibilidade, agradeço a presença de Infraero, ANAC, SAC e NAV Brasil, que juntos com o DECEA são órgãos de governo. Analisando a demanda empresarial, tentaremos fazer o melhor, dentro da segurança, o melhor para a nossa população e para o nosso País.”

 

Assessoria de Comunicação Social do DECEA
Reportagem: Gisele Bastos (MTB 3833 PR)
Fotos: Fábio Maciel (MTB 33110 RJ)