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ICA promove palestra educativa sobre Dengue
Os dados são alarmantes. A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde registrou um total de 254.734 casos de dengue notificados no país de janeiro a março de 2011. A região Sudeste tem o maior número (81.179; 32%), seguida da região Norte (76.671; 30%), Nordeste (47.404; 19%), Sul (28.445; 11%) e Centro-Oeste (21.035; 8%).
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Aproximadamente 68% dos casos (184.646) do país concentram-se em sete estados: Amazonas (36.841; 14%), Rio de Janeiro (31.412; 12%), Paraná (27.217; 11%), Acre (21.199; 8%), São Paulo (19.538; 8%), Minas Gerais (18.070; 7%) e Ceará (16.659; 7%).
A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectem todos os anos, em mais de 100 países.
Pensando em alertar o efetivo para a doença, o Instituto de Cartografia Aeronáutica realizou no dia 13 de abril, no auditório, a palestra “Aedes – o que é preciso?”, ministrada pelo biólogo Ademir de Jesus Martins Junior, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
As principais informações sobre criadouros, prevenção, anatomia do mosquito foram descritas durante a palestra. O Aedes Aegypti tem um ciclo de desenvolvimento que dura de 7 a 10 dias, passando do ovo para larva, depois pupa até chegar ao estágio adulto. É de fácil identificação por ser preto com listras brancas no corpo e pernas, diferentemente do pernilongo (Culex), que é castanho.
Foram trazidos exemplares do mosquito em todas as fases de desenvolvimento, desde a primeira fase composta por ovos, um recipiente com larvas, outro com pupas e ainda outros dois com o mosquito Aedes e o Culex. Também foi montado um recipiente com as mesmas fases, mas diferenciando os machos das fêmeas, responsáveis por transmitir o vírus da dengue.
As fêmeas depositam até 100 ovos por nas laterais de recipientes em vários lugares diferentes para garantir sua sobrevivência. Os ovos não podem ser vistos a olho nu porque são muito pequenos, tem cerca de 0,4 mm. A eclosão acontece apenas na presença de água, mas eles são muito resistentes, há registros de que estes ovos durem até 450 dias.
Quando se tornam larva, estão na fase aquática e morrem se estiverem fora da água, mas são resistentes ao jejum prolongado. Quando passa da pupa para a fase adulta de mosquito sua estrutura muda.
Diferentemente do que se imagina, o mosquito da dengue não é silvestre. De acordo com o biólogo o ambiente preferencial é o doméstico, ou seja, vive, sobretudo, dentro de casa, convive e coloca seus ovos no mesmo ambiente onde o homem habita. Uma pesquisa da IOC/ Fiocruz apontou como os locais de pouso preferências do mosquito: as estantes de livros, com 30%; atrás das cortinas, com 26%; e as mesas de centro, com 27%.
O mosquito possui hábitos diurnos, alimenta-se preferencialmente de humanos e, o mais preocupante, possui saliva com substâncias anestésicas, anticoagulantes, com antiagregação plaquetária e vasodilatadoras. Por conta disso, muitas vezes não é possível sentir sua picada.
A fêmea precisa estar alimentada com sangue para colocar seus ovos. Para se reproduzir, precisa copular apenas uma vez na vida, já que possui local para armazenagem de espermatozóides, são três espermatecas. A desova pode ser realizada a cada quatro dias.
Os principais criadouros do mosquito são recipientes de água limpa e parada. O meio de prevenção é eliminar ou vedar totalmente os recipientes que acumulam água. No entanto, quando os criadouros são eliminados o mosquito procura novos sítios, que podem ser a bandeja de ar-condicionado ou de geladeira, o fosso de elevador ou o bueiro.
Durante a paletra também foi apresentado o Projeto 10 Minutos contra a Dengue, desenvolvido em parceria pelo Instituto Oswaldo Cruz, a Secretaria de Estado de Saúde e a Defesa Civil.
A ideia foi inspirada no modelo adotado em Cingapura, que interrompeu a epidemia com ações semanais da população com apenas 10 minutos para limpeza em casa dos principais criadouros do A. aegypti.
No Brasil, a proposta é que a população também participe e verifique semanalmente os locais que possam ser possíveis criadouros. São apenas 10 minutos que podem afastar o perigo. Fique atento, participe e faça a sua parte.
Assessoria de Comunicação Social (ASCOM) do DECEA
Texto: Gisele Bastos (MTB 3833 PR) – giselegclb@decea.intraer
Fotos: Fábio Maciel