Notícia Destaque
PAREX I é realizado na Serra do Cachimbo
O Exercício permitiu ao 3º/1º GCC confirmar sua capacidade operacional, não importando o ambiente e localidade que opere.
O 3º Esquadrão do 1º Grupo de Comunicações e Controle (3º/1º GCC) deslocou, pela 1° vez na história do Esquadrão Morcego, seu sistema MGCA PAR 2000-T (Mobile Ground Controlled Approach), sistema de aproximação radar transportável composto por um radar de vigilância e um outro de aproximação de precisão, via modal aéreo. Para a empreitada foram utilizados três voos da aeronave C-130 Hércules para deslocar todo o material e militares de Natal (RN), para o teatro de operação no aeródromo de Cachimbo (SBCC).
O PAREX I permitiu realizar diversos testes com o equipamento, buscando aumentar a capacidade operacional do sistema PAR 2000T, muito além daquela entregue pelo fabricante do radar.
Os destaques nos testes ficaram por conta da utilização da comunicação via satélite com entrada de dados provenientes do radar secundário do SBCC. Essa arquitetura proporcionou a visualização múltipla e selecionável na tela do controlador, ora poderia controlar uma Terminal com o sistema de defesa aérea - DACOM, ora com recolhimento de precisão das aeronaves via Radar de Aproximação de Precisão (PAR). Tal funcionalidade possibilita ao 3º/1º GCC funcionar também como Órgão de Controle de Operações Aéreas Militares (OCOAM) Transportável, integrando-se a radares do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), utilizando um único equipamento montado na estrutura do sistema MGCA (Mobile Ground Controlled Approach).
Outra ferramenta testada com sucesso foi o controle de aproximação e Radar de Aproximação de Precisão (PAR) remoto, em que controladores situados em sede (Parnamirim-RN) puderam efetuar controle da área e a realização do primeiro PAR remoto das aeronaves voando em Cachimbo. Dessa forma a tecnologia embarcada aliada à perspicácia técnica da equipe permitiu controlar uma aeronave a quase 1.200 milhas náuticas de distância com segurança.
Houve, também, a transmissão de imagens do sítio em Cachimbo para a sede, com câmeras IP e mapeamento do ponto de toque das aeronaves. Ato inovador em uma missão do Esquadrão. Em relação a essa novidade, o 1° Tenente Alexandre Estrela Sales, especialista em Comunicações e chefe da área técnica da PAREX I, afirmou: “Verificou-se o aumento da segurança das instalações e a possibilidade de melhoria da consciência situacional dos controladores com imagens das cabeceiras das pistas, permitindo ao controlador ter a mesma visão da pista que a Torre de controle possui, além do envio das imagens ao efetivo que permaneceu em sede”.
Nesse Exercício, foram executadas, no período de 20 dias de efetiva operação, o controle de 541 aeronaves, 245 aproximações de precisão (PAR) com variados tipos de aeronaves militares e mais de 540 horas de voo controlado. E, como parte fundamental da operação, a formação completa de dois controladores PAR, o 2º Sargento Alisson e a 3º Sargento Pollyana, ambos controladores de tráfego aéreo, recém-chegados ao Esquadrão Morcego.
O Exercício visou treinar a mobilidade e a pronta-resposta do 3º/1º GCC frente aos acionamentos inopinados, bem como utilizar toda a potencialidade do sistema MGCA, seja por deslocamento via modal aéreo ou terrestre e em qualquer lugar do mundo.
“A operação foi um grande sucesso, pois a proposta era realizar um treinamento de mobilidade, instalação de um OCOAM e um radar de área para prover a segurança das aeronaves do 3° Grupo de Aviação, que estavam em operação em Cachimbo e, também, o recolhimento PAR dessas aeronaves. Concluímos, com êxito, a proposta de formar dois controladores PAR dentro desse curto período de tempo, o qual durou por volta de três semanas, quando normalmente leva-se cerca de seis meses para o mesmo resultado quando em sede” - enfatizou o chefe da seção de Operações do Esquadrão Morcego, Capitão Aviador Yuri Carneiro de Souza.
“O Exercício PAREX I permitiu ao 3º/1º GCC confirmar sua capacidade operacional, não importando o ambiente e localidade que opere. O profissionalismo do efetivo não encontrou barreiras no isolamento e dificuldades inerentes ao teatro de operação amazônico. A busca por inovações e pesquisa rendeu enormes frutos, ainda iniciais, mas que abrem um leque de capacidades do equipamento PAR que não tínhamos conhecimento, nem nos foi ofertado pela empresa que vendeu o equipamento. Dentre elas, obtivemos êxito na comutação de dados DACOM/PAR, permitindo ao sistema PAR também operar como OCOAM-S; o controle de aeronaves com segurança a mais de 2.000 km de distância e o mapeamento das pistas e sítio com transmissão de imagens tanto à sede como a qualquer outro lugar que se desejar. Todo este trabalho é fruto do pioneirismo, da dedicação e do amor à profissão daqueles que não apenas integram o GCC, mas fazem a diferença com seu brilhantismo e profissionalismo” - concluiu o comandante do Esquadrão Morcego, Major Aviador Adriano Geraldo Gonçalves Pereira.
Texto: 1° Ten Av Carmo
Foto: SCS do 3°/1° GCC
Editado por Daisy Meireles