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DTCEA Macapá recebe pela 4ª vez assistência a saúde em sua Unidade
A 5ª cidade da região norte em relação a número populacional, tem como ponto turístico mais conhecido o relógio do sol, monumento construído para sinalizar o Marco Zero, local onde a linha imaginária do Equador divide a Terra em dois hemisférios. Os moradores e visitantes da cidade têm o privilégio de assistir à manifestação em que os raios de sol confluem com a linha do Equador, o fenômeno se chama Equinócio.
E é em Macapá que também se encontra um dos Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA-MQ), unidade da Força Aérea Brasileira (FAB), criada em 9 de julho de 2001, subordinada ao Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV) e ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).
Nos dias 13 e 14 de maio, o DTCEA-MQ recebeu uma equipe do DECEA, do CINDACTA IV e do Hospital de Aeronáutica de Belém (HABE), para realizar a Missão de Assistência Integrada Itinerante no Destacamento. A missão, coordenada pela Divisão de Assistência Integrada (DAIN) do Subdepartamento de Administração do DECEA, tem por objetivo promover atendimentos à saúde ao efetivo, dependentes, inativos e pensionistas da FAB que se encontram em Macapá.
“A missão em Macapá teve como propósito maior o acolhimento dentro do Destacamento. Ao conviver esses dias na unidade, comprovei, através do semblante dos militares do efetivo, a felicidade pela valorização e pelo acolhimento prestado pelo DECEA na localidade.” - disse o Coronel Aviador Maurício de Souza Rossi, Oficial de Ligação do DECEA.
É a quarta vez que a missão acontece no Destacamento. Nesse ano, foram disponibilizados atendimentos nas especialidades de clínica médica, dermatologia, ginecologia, pediatria, radiologia, odontologia, psicologia e assistência social.
Mesmo com a dificuldade de acesso à unidade, devido ao alto índice de chuva na região, que fez com que a lagoa transbordasse e dificultasse o acesso, muitas pessoas não deixaram de ir às consultas já agendadas. “Mesmo com dificuldade a gente vem, porque a missão acaba nos ajudando muito, visto que o atendimento na cidade ainda deixa a desejar”, falou o Soldado da reserva remunerada Antônio João Maciel de Castro, que passou na clínica médica.
Elogiada, a missão contribuiu não apenas para o atendimento médico mais rápido e eficaz do que é encontrado na cidade, mas também pela qualidade do atendimento, muitas vezes, não encontrado na cidade. “Achei fundamental a missão. Adorei o atendimento, me atenderam muito bem e foram muito prestativos”, afirmou Flaviane de Lima Vollenhaupt. Casada com um militar do efetivo do Destacamento, Flaviane mora em Macapá desde janeiro de 2018 e ainda está em fase de adaptação na cidade em relação a assistência à saúde. “O atendimento na cidade é muito insuficiente, então a missão veio em boa hora, pois conseguimos agilidade e qualidade”, complementou a esposa do militar, que passou pelas clínicas de ginecologia, dermatologia e que ainda levou seu filho à pediatria.
No primeiro dia, além dos atendimentos clínicos, foi ministrada uma palestra sobre o DECEA, conduzida pelo Coronel Rossi. Na sequência, a 2º Tenente Psicóloga Ionara Jardelia Possidone Pinheiro falou sobre a valorização da vida. A assistente social do CINDACTA IV finalizou o ciclo de palestras, direcionado ao efetivo do DTCEA-MQ, sobre o trabalho desenvolvido pelo Serviço Social da FAB, que visa prevenir e proteger o militar e seus dependentes de situações de vulnerabilidade. Para isso, foram apresentados alguns projetos voltados para saúde, educação, habitação, alimentação e auxílio funeral prestados pela Aeronáutica.
Além disso, a assistente social teve a oportunidade de verificar a realidade do Destacamento e observar como os servidores civis e militares e seus dependentes se sentiram valorizados e perceberam a importância do trabalho dos envolvidos na missão.
“Essas ações demonstram o interesse do DECEA pela qualidade de vida de seus servidores militares e civis, que afastados da sede faz a missão designada acontecer. Todo o conjunto de profissionais faz a diferença na vida de cada um que passa por essa missão”, complementou a assistente social Julia Cristina Malfacini Farias Machado.
Além dos atendimentos oferecidos pela FAB, o Capitão Médico do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Amapá, Prisco de Paiva Bezerra Segundo, se voluntariou para apoiar a Missão de Assistência Integrada Itinerante em Macapá, com atendimento em cirurgia-geral e cardiovascular. “Eu gosto do trabalho voluntário. A minha religião prega a ajuda ao próximo. Então, uni as duas coisas. Sabemos que o sistema público de saúde do País está bem ruim, conseguir uma consulta é bastante complicado, então se eu posso atender em parceria com outra Força, por que não me voluntariar? Essa parceria é excepcional!" - colocando-se à disposição para as próximas missões.
Esse apoio oferecido pelo capitão mostrou que a assistência à missão é mais um exemplo da parceria já existente entre as Forças. “Às vezes precisamos de um apoio com atendimento médico e o Exército Brasileiro (EB) e o Corpo de Bombeiros nos apoiam com atendimento. E nós somos muito gratos a esse suporte”, disse o 1º Tenente Especialista SAI Wladimir Favacho Santiago, comandante do DTCEA-MQ.
Como forma de agradecimento a todo o auxílio recebido, foi que, nesse ano, o atendimento da missão se expandiu aos militares do EB e do Corpo de Bombeiros. “Expandir o atendimento a eles é uma forma de agradecê-los por todo apoio prestado a nós nesses anos todos”, completou o comandante do Destacamento.
O sargento Ralyson Souza Santos, do EB, também falou dessa parceria: “Além das Forças estarem juntas, cumprindo outras missões, é muito bom ver essa parceria na área de saúde. Aqui em Macapá, nossa guarnição é um pouco carente e, unindo as Forças, todo mundo se ajuda. E quem ganha somos nós, os militares”, declarou.
Ainda sobre essa parceria, a sargento Fernanda Lima de Castro Santos, que foi consulta na ginecologia e na dermatologia, ressaltou alguns aspectos positivos da missão: “É externamente mais complicado e demorado marcar uma consulta na cidade. Com a missão, tornou-se mais viável o acesso a um especialista e o atendimento foi ótimo”, relatou a sargento.
A 1º sargento Roberta Ramos Duarte dos Santos, pertencente ao efetivo do DTCEA-MQ há 16 anos, casada com militar que também atua no Destacamento, é mãe do Mario Vitor. Ela falou sobre a valorização do militar que serve na unidade. “A missão aqui é muito boa. Nós temos um apoio muito grande do Corpo de Bombeiros, mas esse atendimento não é suficiente, porque nós não temos emergência nem internação. Então, para a manutenção da saúde, só posso qualificar essa Missão como excelente, além do que nos sentimos valorizados com a vinda de vocês”, afirmou a sargento Roberta.
As consultas aconteceram no próprio DTCEA, com exceção da clínica odontológica, que utilizou uma sala no Centro de Promoção Humana – Frei Daniel de Samarate – Frades Capuchinhos, uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos de caráter religioso, que tem como objetivo atender as famílias em situação de vulnerabilidade e risco social, na perspectiva da melhoria da qualidade de vida. “Nós, como projeto, temos um pensamento amplo, pois tudo que é para beneficiar o cidadão, o trabalhador, nós estamos disponíveis. Não temos uma visão de que só a pessoa carente que precisa de apoio. Nós temos que ajudar porque todos precisam de saúde, principalmente o trabalhador. Vocês são trabalhadores e têm uma missão muito importante que é salvaguardar o nosso Estado brasileiro e é isso que faz a gente ter gratidão e por isso oferecemos o nosso espaço”, revelou Maria Ivonete Campos Mendes, coordenadora do Centro.
Para a equipe envolvida com a missão, a experiência foi gratificante e enriquecedora, pois os profissionais conseguiram atender às necessidades de saúde de militares, de seus dependentes e da população civil com consultas médicas e odontológicas, assim como atendimentos sociais e psicológicas. “É minha primeira missão. É muito gratificante participar. É uma pena que eles não tenham uma assistência melhor e que a missão não tenha uma frequência ou duração maior para conseguirmos dar um acompanhamento mais adequado a eles. É o que eu gostaria de fazer, mas só de sentir que eu posso realmente ajudá-los, já é muito bom! Foi uma das coisas que me fez querer participar da missão e entrar para Força”, constatou o 1º Tenente dentista Pedro Paulo Maia de Sena.
Acompanhando o atendimento médico, a enfermagem vem dar suporte ao acolhimento inicial do público, organização do fluxo dos atendimentos e gerenciamento das ações promovidas durante a missão. “Como membros da equipe multiprofissional, participamos de modo a tornar a assistência à saúde acessível e eficaz. Assistimos ao paciente frente às demandas apresentadas, oferecemos orientações necessárias, integrando a equipe com vistas ao alcance do objetivo proposto, à oferta do serviço de saúde de maneira oportuna ao efetivo, que se encontra em localidades remotas”, expressou a 1º Tenente Enfermeira Cleideane Meireles da Silva.
“Poder colaborar numa missão desta relevância é gratificante e motivador, nos impulsiona a desenvolver um serviço cada vez melhor, que transforme a vida das pessoas.”, finalizou a enfermeira.
Mesmo contando com convênios e credenciamento de laboratórios e clínicas para a realização de consultas e exames, os militares da ativa e da reserva e seus dependentes sofrem com uma deficiência na área, principalmente de atendimentos emergenciais e de odontologia, o que justificou a importância da missão.
As ações contribuíram para a qualidade de vida do efetivo e seus familiares, dotando de um resgate psicossocial dos militares e seus dependentes. “Nossa intenção é assegurar que os militares e seus dependentes tenham acesso à saúde. O credenciamento proporciona ao militar a oportunidade de cuidar da sua saúde na cidade em que ele serve à FAB, tendo a pronta resposta de uma consulta rotineira, um exame laboratorial ou um atendimento de emergência. O principal é o efetivo saber que não está sozinho, que nós sabemos da situação dele e que pode contar conosco”, manifestou a Capitão Médico Patrícia Francioli Honorato, do HABE, responsável pelo credenciamento na missão.
Além da participação do DECEA, CINDACTA IV e HABE, o traslado da equipe - Belém-Macapá-Santarém-Belém, foi prestado pelo Primeiro Esquadrão de Transporte Aéreo - 1º ETA - Esquadrão Tracajá.
Reportagem e fotografia: 1º Ten JOR Myrian Bucharles Aguiar
Apoio fotográfico: 3º Sargento QSS SEL Felipe Istaris da Silva