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Controladores de Tráfego Aéreo do DECEA participam do Estágio de Adaptação Fisiológica no IMAE
Unidades subordinadas ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) participaram do 2º Estágio de Adaptação Fisiológica (EAF), ministrado pelo o Instituto de Medicina Aeroespacial Brigadeiro Médico Roberto Teixeira (IMAE), com 15 militares, nos dias 20 e 21 de março de 2019.
Esse tipo de treinamento é realizado no Brasil desde de 1951, quando foi instalada a 1ª câmara hipobárica do país, no Campo dos Afonsos (RJ), e vem sendo aperfeiçoado com o decorrer dos anos. Hoje, o Estágio de Adaptação Fisiológico (EAF) possui cinco perfis diferentes, cada um direcionado para o tipo de missão executada por seu público-alvo: Caça, Transporte, Helicóptero, Paraquedista e, agora, Controlador de Tráfego Aéreo.
O estabelecimento de um perfil de EAF direcionado para os controladores nasce do entendimento de que eles são elementos essenciais na prevenção de acidentes aeronáuticos, tanto quanto as próprias tripulações. Segundo o 1º Tenente Médico Gustavo Messias Costa, chefe da Subdivisão Aeromédica do IMAE, não são poucos os casos registrados em que a percepção de situações de emergência a bordo por parte dos controladores, seguidas de orientações aos pilotos, foram responsáveis por evitar muitas tragédias.
O curso visa o preparo desses controladores com o intuito de ampliar o conhecimento das forças a que os pilotos, principalmente os de combate, se expõem, com a finalidade de mostrar a eles os possíveis efeitos fisiológicos sentidos durante o voo. “O objetivo do EAF para esses profissionais é de aumentar o alerta situacional quanto a possíveis alterações fisiológicas da altitude passíveis de ser identificadas através das comunicações e possibilitar que emitam orientações quanto aos procedimentos de emergência a serem realizados pelos tripulantes para minimizar os efeitos sobre o organismo, evitando, assim, a ocorrência de mais acidentes”, salientou o Tenente médico Costa.
Durante os dois dias de estágio, foram aplicadas aulas teóricas, que abordaram a fisiologia do corpo humano, com ênfase nos sistemas mais afetados durante o voo em elevadas altitudes, bem como seus possíveis efeitos colaterais no corpo humano. Já no treinamento prático, os militares experimentaram os efeitos decorrentes do voo, através de situações simuladas em equipamentos, nos diversos laboratórios do IMAE. “O treinamento envolveu a experimentação dos efeitos da hipóxia, da baixa pressão induzida pela altitude e da descompressão rápida de cabine, através de voo simulado em câmara hipobárica, o estímulo à desorientação espacial pela Cadeira de Barany e a adaptação à visão noturna”, explicou o Tenente Costa.
Essas simulações tiveram o intuito de representar as diversas condições encontradas em voo, de forma a preparar os aeronavegantes para possíveis adversidades encontradas durante um voo real, tais como a despressurização de cabine, a necessidade de ejeção, a desorientação espacial, dentre outras. “Aprendemos a identificar os sintomas da hipóxia, o que na prática nos torna mais capazes de perceber, pela comunicação com os pilotos, se eles estão apresentando alguns dos sintomas e, com isso, tentar auxiliá-los de forma rápida e eficaz”, falou o 1º Tenente Allan Cristiano Rodrigues da Silva, especialista em controle de tráfego aéreo do efetivo do Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV).
O 1º EAF ocorreu nos dias 4 e 5 de dezembro de 2018, quando oito militares do DECEA, do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) e dos 2º, 3º e 4º Esquadrões do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle - GCC (Aranha, Morcego e Mangrulho - respectivamente) participaram do treinamento.
O EAF ocorreu por iniciativa da Vice-direção do DECEA, que foi motivada pelo conhecimento de que em alguns países os controladores também realizavam esse treinamento.
Assessoria de Comunicação Social do DECEA
Reportagem: 1º Ten Jor Myrian Bucharles Aguiar
Fotos: IMAE